O Ceará liderou no Nordeste a geração de emprego formal ao abrir 4.975
vagas com carteira assinada em agosto. O número é resultado de 36.440
admissões contra 31.465 demissões. É o melhor agosto dos últimos três
anos e o terceiro mês seguido de saldo positivo, conforme os dados
divulgados ontem (21) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), do Ministério do Trabalho.
O destaque do mês foi o setor de serviços, que gerou 1.702 empregos
formais, seguido da indústria de transformação (976), agropecuária
(900), construção civil (579), comércio (533), administração pública
(144), serviços industriais de utilidade pública (132) e extrativa
mineral (9).
No País, foram criados 35,4 mil postos no mês passado
No Estado, Fortaleza abriu 1.661vagas, o segundo melhor resultado do
País, atrás apenas da capital paulista, que teve saldo de 9.274 postos.
Já no Interior, foram criados 3.314 empregos com carteira assinada.
Segundo Erle Mesquita, coordenador de Estudos e Análises de Mercado do
Instituto do Desenvolvimento do Trabalho (IDT), o resultado é reflexo de
dois fatores: a sazonalidade do segundo semestre e a recomposição da
atividade econômica.
"O segundo semestre, historicamente, é mais favorável para as
contratações, além de uma perspectiva de melhora da economia", destacou.
Ainda de acordo com Mesquita, a geração positiva de emprego atingiu, no
mês passado, todos os setores pesquisados. "Não foi algo isolado. Todos
os setores tiveram resultados positivos", acrescentou.
Subsetores
Os subsetores de serviços com maior notoriedade foram comércio e
administração de imóveis, que abriu 944 vagas, ensino (892) e serviços
médicos, odontológicos e veterinários (282). "Por conta da
verticalização de Fortaleza, há uma demanda maior por serviços de
corretagem de vendas, comercialização de imóveis e administração",
explicou.
Em relação à indústria cearense, agosto fechou positivo, depois de
quatro meses amargando no vermelho. "Esse é apenas o segundo mês
positivo neste ano para a indústria. Ela estava operando no negativo,
mas no mês passado a indústria calçadista, que tem presença em boa parte
dos municípios de médio porte do Estado, foi o destaque para o setor,
gerando 839 vagas".
A agropecuária também obteve bons resultados para o mês. "O setor
historicamente apresenta um elevado nível de informalidade. Entretanto
teve um dado positivo em agosto".
Tendência
Apesar do saldo positivo em agosto, o coordenador do IDT ressaltou que o
desemprego no Estado ainda é muito elevado. "Há ainda uma grande
dificuldade de crédito e incertezas nos planos político e econômico".
Para os próximos meses, Mesquita observou que há uma influência direta
da sazonalidade do período. "Ainda há essa questão da sazonalidade no
segundo semestre, que historicamente tem um resultado positivo, mas nós
não podemos negar que há sim uma recomposição da economia, mesmo que
lentamente".
Mesquita reforçou a análise criteriosa dos dados ao citar, por exemplo,
a forte retração do emprego nos últimos anos. "A gente tem uma base
comparativa muito baixa. Mas a perspectiva é de mais geração de trabalho
até o fim do ano para dessa forma a gente conseguir recuperar os
empregos perdidos", afirmou.
O coordenador do IDT lembrou ainda que em 2015 houve perda de mais de
33 mil vagas no Ceará e de cerca de 38 mil postos fechados no ano
passado. "Nós tivemos uma retração muito forte, mas parece que há uma
necessidade de recompor isso por parte das empresas que estão precisando
de mão de obra. Então há sim uma perspectiva deste ano a gente não
fechar no vermelho".
Ranking
No Nordeste, o Ceará se destacou na geração de vagas formais em agosto.
Em seguida aparecem Pernambuco (4.206), Paraíba (3.511), Rio Grande do
Norte (3.241), Bahia (2.490), Maranhão (1.734), Sergipe (156) e Piauí
(75).
Apenas o estado de Alagoas teve saldo negativo na Região, com o
fechamento de 424 vagas no mês passado. No País, o Estado ficou atrás
apenas de São Paulo (17.320) e Santa Catarina (6.130). Em seguida,
aparecem Ceará, Pernambuco e Paraíba.
Na contramão de abertura de empregos formais, Minas Gerais obteve o
pior resultado do País, com o encerramento de 9.445 vagas. Logo em
seguida, aparecem o Rio de Janeiro (-3.400), o Espírito Santo (-2.847) e
o Rio Grande do Sul (-1.375).
Diário do Nordeste
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