Um servidor do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE) foi conduzido ao 13º Distrito Policial, no bairro Cidade dos Funcionários, após receber voz de prisão do juiz federal Danilo Dias Vasconcelos de Almeida,
no início da noite desta quinta-feira (28), na unidade de atendimento
shopping Iguatemi Fortaleza. O magistrado teria tomado tal atitude após o
funcionário não ter conseguido efetuar um serviço solicitado, já que o sistema estava fora do ar.
De acordo com o Detran-CE, o juiz chegou à unidade por volta de 17h,
com a intenção de transferir o registro de um veículo de outro Estado
(Espírito Santo) para o Ceará. Ocorre que, segundo o Departamento, o
primeiro passo deste processo é obter, na Base de Índice Nacional (BIN), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), um documento que comprove a regularidade do veículo. O sistema, porém, não estava funcionando.
Após ser informado que o procedimento não poderia ser realizado no
momento, até porque a unidade do Detran-CE fecharia às 18h, o juiz teria
dito que "só sairia de lá quando resolvesse a situação". Dessa forma,
solicitou ao chefe da unidade de atendimento do shopping, Antônio Alves da Silva Filho,
uma declaração ou certidão que informasse o horário e a data em que
esteve na unidade do Detran-CE, e que não pôde ser atendido.
Segundo o Detran-CE, o servidor informou que não poderia emitir uma
declaração e que o juiz deveria se dirigir à sede do Departamento. O
magistrado não teria aceitado os argumentos do funcionário e deu voz de
prisão a Antônio Alves, por supostamente se negar a emitir o documento.
"A legislação determina que o órgão público tem até 5 dias para emitir a
certidão, mas ele não aceitou", informou o Detran-CE, através de sua
assessoria de imprensa.
Ida à delegacia e desistência
Após dar voz de prisão ao servidor do Detran-CE, o juiz solicitou uma
equipe da polícia para encaminhar o funcionário à delegacia. Os agentes
chegaram por volta de 20h e conduziram Antônio Alves ao 13º Distrito
Policial, localizado na Avenida Oliveira Paiva. Ao chegar ao DP, o
magistrado solicitou ao delegado de plantão, Luciano Leite, que abrisse o procedimento da queixa.
Conforme a assessoria de imprensa do Detran-CE, como o delegado estava
com outro caso no momento e pediu para o juiz esperar para ser atendido,
o magistrado teria manifestado sua revolta e deixado o 13º DP sem
prestar queixa. O servidor, então, prestou esclarecimento e foi
liberado.
Diário do Nordeste