"Daqui a pouco vão querer pegar minha mãe", diz Bolsonaro sobre suspeitas envolvendo seu patrimônio

 
 
Quatro dias após a Folha de S. Paulo noticiar que Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e os três filhos multiplicaram o patrimônio na política, o deputado concedeu uma entrevista ao jornal. A conversa, que não estava agendada, ocorreu na quinta-feira (11), em frente à casa do presidenciável, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Os repórteres se encontraram com o parlamentar durante uma apuração.
Na entrevista, Bolsonaro defendeu o recebimento de auxílio-moradia mesmo sendo proprietário de um imóvel em Brasília, negou irregularidades e também disparou críticas à imprensa.
 
— Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio moradia eu usava pra comer gente. Tá satisfeita agora ou não? Você tá satisfeita agora?— disse, ao ser questionado se havia utilizado o benefício para comprar o próprio apartamento.
 
O deputado afirmou que pretende vender seu imóvel em Brasília e pedir o apartamento funcional a que tem direito:
— Chegando lá em janeiro, acabando o recesso, vou pedir o apartamento funcional. Inclusive, tem mais ou menos 60m² o meu apartamento, vou passar para um de 200m². Espero que pegue com hidromassagem, ok? Eu vou morar numa mansão, não vou pagar segurança, não vou pagar IPTU, no meu eu pago, não vou pagar condomínio, no meu eu pago. Eu vou ter paz.
 
Na entrevista, Bolsonaro também negou irregularidades no aumento de seu patrimônio. Segundo a Folha, o deputado e os filhos possuem atualmente 13 imóveis em áreas valorizadas do Rio de Janeiro e de Brasília. Somados, os bens chegam ao preço de mercado de cerca de R$ 15 milhões.
— Tem que pegar o meu. Esquece meus filhos. Se o meu filho assaltar um banco agora ou ganhar na Mega Sena, é problema dele, não é meu — afirmou.  — Peraí, você tem que divulgar é o meu patrimônio. Daqui a pouco vão querer pegar minha mãe, com 91 anos de idade. Começar a levantar a vida dela — completou.
 
O presidenciável ainda alegou um "deslize" ao afirmar, em 1999, que sonegava impostos. À época, costumava transmitir essa recomendação à população:
— Quando eu falei que sonegava... quem hoje em dia e no passado nunca se indignou com a sua carga tributária? Quem quer ter segurança tem que fazer o quê? Segurança particular, quem quer ter saúde, tem que colocar o filho em escola particular...educação. Quem quer ter saúde, precisa ter um plano. Foi um desabafo, e desabafo hoje de novo também. Hoje o povo, como um todo, só não sonega o que não pode, e é uma verdade isso daí. Eu, representando o povo, desabafei naquele momento isso.
 
Bolsonaro também disparou uma série de críticas à Folha e à imprensa. Ele acredita estar sendo alvo de perseguição.
 
— Para vocês, interessa qualquer um presidente da República, menos Jair Bolsonaro. Afinal de contas, aquela mamata de vocês, de milhões ao longo do governo do PT, aquela mamata da Folha vai deixar de existir. Dinheiro não é para dar pra vocês da imprensa desinformar, publicar mentiras ou meias verdades, o dinheiro público é para anteder à população, não pra atender vocês — concluiu.
Gaúcha ZH

Postagens mais visitadas