Derrame cerebral pode estar relacionado ao hábito de fumar

O hábito de fumar já é responsável pela morte de uma em cada dez pessoas, segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado em 2017. Apesar do câncer de pulmão ser a doença mais temida pelos fumantes, ele não é a única ameaça à vida que o cigarro pode provocar. Doenças cardiovasculares, como a trombose e o derrame cerebral também sofrem influência direta do tabaco. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 25% das mortes causadas por essas doenças são fomentadas pelo fumo. Além disso, 45% das mortes de pessoas que tem menos de 65 anos e sofreram infarto agudo do miocárdio também são atribuídas ao cigarro. “Assim como o álcool e outras drogas ilícitas, o cigarro afeta o organismo de forma sistêmica, por isso diversos órgãos são lesados”, explica José Jardim, professor de pneumologia da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.

Partes afetadas 
Com o sistema gastrointestinal não é diferente. Começando na boca, o tabagismo propicia o aparecimento da doença periodontal e, consequentemente, a perda dos dentes. O sistema imunológico do fumante, responsável por combater as bactérias que causam a doença é enfraquecido pelo cigarro e, por isso, eles têm duas vezes mais risco de desenvolvê-la.

Já para estômago, o hábito de fumar, especificamente após as refeições, aumenta o risco de infecção pela bactéria H. pylori, que pode provocar o aparecimento de úlceras peptídicas na cavidade estomacal, além de diversos outros efeitos que dificultam o processo digestivo.

Atualmente sabe-se que mais de 50 doenças estão associadas ao tabagismo e, apesar do grave impacto nesses e em outros órgãos, o pulmão ainda é o que mais sofre com o cigarro. Porém, ao contrário do que se pensa, o câncer de pulmão não é o único motivo de preocupação entre os fumantes. Outro problema comum é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que muitas vezes, sem diagnóstico, acomete o fumante durante a maior parte da vida.

Combate ao fumo
Embora a OMS veja o Brasil como líder mundial no controle do tabagismo, o hábito ainda leva à óbito 156 mil brasileiros ao ano, segundo a pesquisa “O cigarro mata”, publicada pelo INCA em 2017.

Para evitar os efeitos e complicações que o tabagismo causa na saúde, o pneumologista Dr. José Jardim alerta: “O melhor é optar pela prevenção. Não fumar é essencial para manter uma boa saúde ao longo da vida, pois uma vez que se torna um hábito, é cada vez mais difícil interrompê-lo e os danos vão só piorando com o passar do tempo”.

Diário do Nordeste

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