Facção assume autoria de Chacina das Cajazeiras; Facção rival promete revanche


Um vídeo que teria sido produzido por membros da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) assume a autoria pela Chacina das Cajazeiras, que resultou em 14 mortos (oito mulheres e seis homens), na madrugada deste sábado (27), numa festa realizada no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza. Esta foi a maior chacina da história do Ceará.

O vídeo de 38 segundos, compartilhado via Whatsapp durante o dia, traz fotos de várias das vítimas da chacina, a maioria delas mulheres, todas elas mortas a tiros. Ao fundo, uma música do estilo funk. 

O Tribuna do Ceará opta por não compartilhar o vídeo, em virtude das imagens chocantes das vítimas ensanguentadas.

Em outro vídeo compartilhado via Whatsapp, de 1min15, presos que dizem estar na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) 5, em Itaitinga, prometem uma revanche do Comando Vermelho (CV), facção carioca com ramificação no Ceará.

“Aqui vai um salve para GDE e PCC (Primeiro Comando da Capital, facção paulista com atuação no Ceará). Isso não vai ficar assim”, ameaçam cinco homens, vestidos com camisas brancas e com blusas escondendo parte do rosto. O Tribuna do Ceará também não veiculará este vídeo.  

Mais ameaças

Em uma circular assinada pelo Conselho Permanente do CV e divulgada via Whatsapp, bandidos lamentam as mortes na região controlada pela facção, e chamam o ataque de “covardia”. “Apenas um era envolvido (com o crime) dentre tantas pessoas mortas e feridas. Até criança foi baleada, e não morreu por se fingir de morto”, critica.

O CV prometeu “exterminar” a GDE após a Chacina das Cajazeiras, que classificam como ato “abominável”. “Não é de hoje que essa raça imunda toma casas de famílias sem ter vínculo com o crime, cobra taxas de moradores, espanca, humilha, maltrata e mata pessoas de bem”, reclama.

Maior matança da história

Pelo menos 14 pessoas foram vítimas de uma chacina na madrugada deste sábado (27), no Bairro Cajazeiras. O caso aconteceu em uma pequena casa de shows, conhecida como “Forró do Gago”, na Rua Madre Tereza de Calcutá, na Comunidade Barreirão.

Pessoas armadas chegaram em carros e atiraram em outras que estavam na rua, sem qualquer alvo certo. Morreram clientes do local, trabalhadores que estavam vendendo lanches e até um motorista do Uber, que passava pela região.

Apesar de a SSPDS confirmar 14 mortes (oito mulheres e seis homens), outros órgãos já afirmam que 18 pessoas teriam sido vítimas do crime.

“Sem pânico”

Após a maior chacina da história do Ceará, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, afirmou que “não há motivo para pânico, para temor”, durante coletiva na manhã deste sábado (27). “Não há perda de controle, foi um evento isolado. No mundo todo tem situações assim. É difícil evitar”, avaliou o secretário.

André Costa disse ainda que não vê necessidade do Governo do Estado acionar tropas federais de segurança. “Não temos motivo para intervenção federal”, tranquilizou. “Espero que a violência pare aqui”.

Evento cancelado
Em respeito às vítimas, o evento que seria realizado no Bairro Barroso, Feira Massa, foi cancelado.

Tribuna do Ceará 

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