Uma nova inspeção na Colônia Agrícola do Regime Semiaberto de Aparecida
de Goiânia, palco de duas rebeliões com 9 mortos este ano, apreendeu,
nesta sexta-feira (12), facas, celulares e drogas com os detentos. Esta é
a segunda vistoria feita na unidade este ano, a pedido da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O superintendente em Segurança da Direitoria Geral de Admnistração
Penitenciária (DGAP), Jonathan Júnior, afirmou que o material chega ao
presídio porque a "estrutura é falha". "Trabalhamos com estrutura falha,
falta de agentes, com uma unidade perto da rua. Então facilita esses
itens serem jogados dentro da unidade", disse.
A vistoria foi feita nesta manhã por uma comissão composta pela Polícia
Militar e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás
(OAB-GO) e do Ministério Público Estadual (MP-GO). Durante a inspeção, o
Batalhão de Choque da PM apreendeu 16 aparelhos celulares, 5 baterias, 5
ceguetas, além de quase 20 armas brancas e porções de maconha.
Júnior explicou que será apurado internamente como os celulares e armas
foram parar dentro da unidade e se houve conivência por parte de
servidores. Ele explicou ainda que faltam equipamentos para fazer a
revista de maneira adequada. "Temos detectores de metal, mas tínhamos
que ter scanners corporais e um maior efetivo. Mas, no momento,
intensificamos as inspeções", explicou.
O superintendente explicou que, atualmente, 427 presos estão na
unidade. Outros 470 detentos da unidade que trabalham fora do presídio
estão desobrigados a retornar para o complexo para dormir. Oito agentes
fazem a segurança no local e outros 10 trabalham em funções
administrativas.