Após as execuções dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC),
Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue'; e Fabiano Alves de
Souza, o 'Paca', em Aquiraz, uma sombra de medo paira sobre os outros
membros com poder de decisão. O sentimento foi fortalecido pela execução
de Wagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro', também líder da
organização. Os próprios detentos, acham que as mortes não param por aí.
Conforme a defesa de Claudiney Rodrigues de Souza, o 'Cláudio Boy', um
dos traficantes mais procurados pela Interpol e preso dias após os
homicídios, ao tentar desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, ele corre
risco de morte. O criminoso morava há seis anos em Fortaleza, onde se
passava por empresário. Porém, segundo a Polícia, ele é o líder do PCC
no Estado de Minas Gerais.
Na última sexta-feira (2), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS) divulgou oito nomes de supostos responsáveis pelos
assassinatos de 'Gegê' e 'Paca'. Além do bando ligado ao duplo
homicídio, a Secretaria informou que Claudiney Rodrigues mantinha
contato direto com a dupla.
Para Ramon dos Santos, advogado de 'Cláudio Boy', a informação da Pasta
é equivocada e pode custar a vida de seu cliente, que está em presídio
de segurança máxima, em Minas Gerais.
Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, Ramon dos Santos apontou
falhas na investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas
Organizadas (Draco). Santos lembrou que 'Cláudio Boy' residia em
Fortaleza há, pelo menos, seis anos, com identidade falsa, mas sequer
conhecia 'Gegê do Mangue' e 'Paca'.
"Disseram que era meu cliente dirigindo um veículo do 'Gegê' e entrando
no condomínio onde ele morava. Não é ele nas imagens, é o próprio
'Paca' quando usava cavanhaque. Agora, meu cliente corre perigo, por
conta de uma investigação que não foi aprofundada. 'Cabelo Duro' foi
morto depois da divulgação de um bilhete que o citava. O próximo pode
ser o Cláudio".
Relação
Conforme o titular da Pasta, André Costa, a relação entre o trio está
confirmada e, nos próximos dias, policiais da Draco devem ir até Minas
Gerais para o colher depoimento de 'Cláudio Boy'.
Já o advogado pontua que para entrar no condomínio onde 'Gegê' morava
era necessário cadastrar a digital. Ele afirmou que irá requerer
judicialmente análise da digital de Souza, para comprovar que ele nunca
esteve no condomínio.
Diário do Nordeste