Uma operação da polícia e do Corpo de Bombeiros localizou nesta sexta-feira (9) os corpos das três jovens que foram decapitadas em uma área de mangue no
limite entre as cidades de Fortaleza e Caucaia, no Ceará. Os corpos
estavam enterrados em um buraco no mangue do Rio Ceará, em Fortaleza,
perto do local das mortes.
Um barco do corpo de Bombeiros vai ser usado para recolher os corpos,
que ainda não foram identificados, no entanto, dois criminosos levados à
área indicaram o local onde esconderam os cadáveres.
As vítimas foram torturadas com golpes de facão e outras agressões
físicas e, em seguida, foram mortas e decapitadas no sábado (3). Uma das
jovens sofreu uma série de mutilações, inclusive com a amputação de um
braço. Os criminosos filmaram o crime, e postaram o vídeo em redes
sociais. A polícia prendeu na terça-feira (6), três homens que
confesaram as mortes. Elas foram retiradas de um bairro vizinho, levadas
para o mangue e, antes da tortura, foram obrigadas a negar que
participam de uma fação que atua na capital.
As buscas para localizar os corpos recomeçou nesta sexta-feira por
volta das 6h30. Equipes das polícias Civil e Militar, Perícia Forense e
do Corpo de Bombeiros entraram no mangue do Rio Ceará.
Conforme o capitão do Corpo de Bombeiros Manuel Sidney, os corpos foram
achados enterrados e cobertos e lama e folhagens. O bombeiro disse que
as vítimas já estavam em avançado estado de decomposição.
"Estado bem avançado de decomposição, até pela ação da água, da lama e também dos pequenos animais do mangue. A gente conseguiu remover e identificar a presença de braços e rostos", disse o capitão dos Bombeiros.
Três homens foram presos e um adolescente, apreendido. Dos quatro,
apenas um confessou ter presenciado os homicídios e a ocultação dos
corpos, mas negou uma participação efetiva, segundo informou a polícia.
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará informou que a polícia
conseguiu identificar um quinto suspeito, que está foragido. De acordo
com a polícia, é um homem de 19 anos. Ele conseguiu fugir do Parque
Leblon antes da chegada das equipes policiais. A polícia também
solicitou a prisão preventiva do rapaz à Justiça.
"É lamentável qualquer tipo de agressão, muito mais às mulheres. Minha
determinação é de buscar [os corpos] com todo o empenho da polícia, na
identificação, apuração e punição dos criminosos que cometem qualquer
delito contra mulheres no Ceará", afirmou Camilo Santana.
Criminosos filmaram crime
Os próprios criminosos filmaram a tortura e o assassinato das jovens.
Em um dos vídeos, um homem aponta a arma para uma mulher e a obriga a
"rasgar a camisa", gíria utilizada por membros de facção para dizer que
vai abandonar uma organização criminosa. Em seguida o homem atira na
vítima enquanto ela implorava para não ser assassinada.
Segundo o 7º Distrito Policial, responsável pelas investigações, há
suspeita de que uma briga de facções criminosas teria motivado o crime.
G1