O governador Cid Gomes foi anunciado oficialmente, ontem, pela
presidente Dilma Rousseff como o novo ministro da Educação após semanas
de especulação. O cearense será o quarto a assumir a Pasta na gestão da
petista. Antes, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e Henrique Paim,
atual ocupante do cargo, chegaram a ficar à frente do Ministério no
primeiro mandato.
Além de Cid, outros 12 nomes do primeiro escalão do Governo foram
anunciados ontem pela presidente. Entre os ministros que atuarão no
segundo mandato da petista estão ainda o governador da Bahia, Jaques
Wagner, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, a senadora Kátia
Abreu (PMDB-TO), o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), o ex-deputado
federal Eliseu Padilha (PMDB-RS), Helder Barbalho (PMDB-PA), Edinho
Araújo (PMDB-SP), o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o deputado
federal George Hilton (PRB-MG), Valdir Simão (sem partido) e Nilma Lino
Gomes (sem partido). Dilma também confirmou a permanência no primeiro
escalão do ministro do Turismo, Vinícius Lages (PMDB).
A expectativa é de que a nova formatação da Esplanada dos Ministérios
seja concluída na segunda-feira (29). A posse dos ministros está marcada
para o dia 1º de janeiro.
O convite formal feito a Cid Gomes ocorreu ainda durante a manhã, em
Brasília, mas o anúncio oficial foi somente à noite, enquanto o
governador já ocupava há quase três horas a tribuna da Assembleia
Legislativa para fazer um balanço dos oito anos à frente do Governo do
Estado.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/nacional/dilma-convoca-cid-gomes-e-outros-12-nomes-para-o-primeiro-escalao-1.1182294
Logo após a confirmação, um assessor e também o chefe de gabinete,
Danilo Serpa, avisaram ao presidente do Legislativo, Zezinho Albuquerque
(Pros), para anunciar ao plenário da Casa. Depois da intervenção, todos
aplaudiram e, somente após a oficialização, Cid detalhou como foi o
processo.
"Falei com ela hoje pela manhã e ela formalizou o convite. Em outra
oportunidade já havia dito para ela que eu não negaria jamais um
convite, uma solicitação partindo dela. Tenho grande respeito pela
presidente Dilma, acho uma pessoa super bem intencionada, firme, de
compromisso. Ela ratifica que o desafio mais importante do nosso País
está na área da educação", ressaltou Cid Gomes.
O governador afirmou que a opção mais cômoda para a família dele seria
ir para o Estados Unidos trabalhar no Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), mas alegou que era preciso colocar a Pátria acima
de qualquer outro interesse. "Podem ter certeza que, pessoalmente, para
minha família, seria muito mais cômodo passar uma temporada fora e até
descansar nesses anos. Mas acho que acima de tudo a gente deve colocar
nossa Pátria. Esse é o meu sentimento. Vamos encarar o desafio,
procurando ouvir muito, procurar o que há de melhor na inteligência no
Brasil para que a gente possa alcançar o objetivo de melhorar a
qualidade da educação pública do nosso País", pontuou o governador.
Destino alterado
Em entrevista ao Diário do Nordeste publicada na segunda-feira passada,
o governador reafirmou o interesse em ir para o Estados Unidos até para
ter mais tempo com a família ao lembrar que, durante os oito anos à
frente do Governo do Estado, teve pouco tempo para conviver
principalmente com o primeiro filho, que não mora com ele e já está na
fase da adolescência.
O governador adiantou que tentará iniciar um processo de transição
durante os próximos dias, mas assegurou que a prioridade será dada às
ações finais do Governo do Estado. "Eu sou governador do Estado do Ceará
até 31 de dezembro. A presidenta me fez hoje o convite e eu aceitei
pelo desafio que isso significa. Agora, eu estou com uma agenda intensa
de fim de governo e essa que é a prioridade", frisou Cid. Ele revelou
também que quer conversar novamente com a presidente e com o atual
ocupante do cargo, Henrique Paim, para preparar a transição. Durante os
próximos dias, ele deve se reunir com especialistas para ouvir sugestões
voltadas à Educação. "Eu vou procurar ao longo dos próximos dias me
cercar de opiniões e voluntários que queiram me ajudar. Quem tiver
sugestão na área da educação, me dê que será muito bem-vindo", disse
Cid. Ele adiantou que o ensino médio deve ser prioridade. "O ensino
médio é o que está evoluindo com menor intensidade. Portanto, demandará
uma atenção especial", disse.
Presidente dá força ao aliado PMDB
Brasília.
A presidente Dilma Rousseff definiu uma equipe de ministros com maior influência no Congresso Nacional e consagrou a hegemonia do PMDB sobre o setor de infraestrutura.
A presidente Dilma Rousseff definiu uma equipe de ministros com maior influência no Congresso Nacional e consagrou a hegemonia do PMDB sobre o setor de infraestrutura.
Com o desenho de boa parte do futuro time, o PT perde espaço na
Esplanada dos Ministérios e lulistas devem ficar de fora dos gabinetes
do Palácio do Planalto. Dilma anunciou ontem o destino de 13 pastas do
Executivo, acomodando peemedebistas em seis ministérios: Agricultura,
Pesca, Turismo, Aviação Civil, Portos e Minas e Energia.
A legenda ganhou em volume e qualidade, pois controlava cinco pastas e
conseguiu trocar Previdência Social por Portos, que possui maior
visibilidade política. Dilma atendeu a uma antiga reivindicação da
sigla, dividindo o espaço entre três nomes da Câmara e três do Senado.
O objetivo do Planalto com as indicações é ampliar sua interlocução com
o Legislativo, uma das grandes dores de cabeça do primeiro mandato de
Dilma. Uma base congressista mais afinada é artigo estratégico para
enfrentar desafios a partir do próximo ano.
Apesar das chances de emplacar Ricardo Berzoini nas Comunicações para,
com ele, tentar viabilizar o projeto de regulação da mídia, o PT perde,
depois de 12 anos, a Educação.
O partido já tinha ficado sem o Ministério da Fazenda com a indicação
de Joaquim Levy, deixando a sigla de fora do comando da economia pela
primeira vez desde o governo Lula. O petista Jaques Wagner (PT-BA),
outro governador em fim de mandato, terá o destino que desejava, a
Defesa.
De lá, tentará auxiliar a presidente em questões políticas integrando a
chamada coordenação de governo, seleto grupo de assessoramento da
presidente.
Dilma buscava construir um governo de "notáveis", mas acabou
conseguindo atrair menos pesos pesados do que esperavam auxiliares.
Ela, contudo, terá agora mais representantes de destaque do que contava
no primeiro mandato. Terá a seu lado, além de Cid e Jacques, que
conseguiram eleger seus candidatos à sucessão em seus Estados, Kátia
Abreu (Agricultura), Gilberto Kassab (Cidades), Joaquim Levy (Fazenda) e
Nelson Barbosa (Planejamento). A partir do próximo ano, haverá ainda
mais densidade na equipe econômica, principal mudança.
Lulistas
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva deve ficar sem representantes de sua confiança no Palácio do Planalto.
Além da possível troca de ministério de Berzoini, Gilberto Carvalho
deixará a Secretaria-Geral, dando lugar a Miguel Rossetto. O petista
Pepe Vargas, da mesma corrente ideológica de Rossetto, é cotado para a
pasta de Relações Institucionais, ocupada por Berzoini.
A lista divulgada ontem pela presidente só foi possível após intensas
negociações e até reclamações públicas sobre a dificuldade de se
escolher os titulares das pastas.
Reitora da Unilab será ministra
Brasília/Redenção.
Outro nome com atuação no Ceará,
que comporá o novo ministério da presidente Dilma Rousseff em 2015 é o
de Nilma Lino Gomes. Ela é mineira, de Belo Horizonte, mas tem atuação
no Estado, desde o ano passado.
Nomeada para ocupar a Secretaria de Política de Promoção da Igualdade
Racial, Nilma foi a primeira mulher negra a assumir a reitoria de uma
universidade federal no País. Em abril de 2013, ela foi empossada
reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (Unilab), com sede na cidade cearense de Redenção.
A futura ministra não é filiada a nenhum partido. Nilma é pedagoga,
graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também
fez o mestrado em educação.
Ela tem doutorado em ciências sociais pela Universidade de São Paulo e
pós-doutorado, em sociologia, pela Universidade de Coimbra (Portugal).
Entre 2004 e 2006, presidiu a Associação Brasileira de Pesquisadores
Negros (ABPN) e desde 2010 integrou a Câmara de Educação Básica do
Conselho Nacional de Educação, onde participou da comissão técnica
nacional de diversidade para assuntos relacionados à educação dos
afro-brasileiros.
Diário do Nordeste


