Os problemas de saúde mental estão
aumentando durante a pandemia de covid-19 e o isolamento social forçado,
segundo estudo da Universidade do Estado do Rio (Uerj). Publicado
online pela The Lancet, embora ainda sem revisão, o levantamento revelou
que casos de ansiedade e estresse mais do que dobraram, enquanto os de
depressão tiveram aumento de 90%.
A pesquisa revela que as mulheres são mais propensas a sofrer com
ansiedade e depressão durante a epidemia, em especial as que continuam
trabalhando, porque se sentem ainda mais sobrecarregadas acumulando
tarefas domésticas e cuidados com os filhos em casa. Outros fatores de
risco são a alimentação desregrada, doenças preexistentes e a
necessidade de sair de casa para trabalhar.
“Fatores sociais também aumentam os níveis de adoecimento mental”,
explica Alberto Filgueiras, do Instituto de Psicologia da Uerj e
coordenador do trabalho. “Trabalhadores que precisam sair de casa
durante a quarentena, entregadores, pessoas que trabalham no transporte
público ou em supermercados, profissionais de saúde, todos apresentam
indicadores mais elevados quando comparados aos que estão em casa. Eles
se veem mais vulneráveis à contaminação e, por isso, mais ansiosos e
estressados.”
No caso da depressão, as principais causas são a idade avançada, o baixo
nível de escolaridade e a o medo de passar a infecção para pessoas mais
vulneráveis. “A presença de um idoso em casa, que são as pessoas mais
vulneráveis e que têm maior porcentual de letalidade, gera um nível de
estresse aumentado, pelo temor de passar o vírus”, exemplificou.
Fique atento aos sintomas de ansiedade e procure ajuda profissional
Fisiológicos
- Insônia
- Taquicardia
- Falta de energia para executar tarefas (lentidão psicomotora)
- Alteração de apetite
- Sudorese excessiva
Cognitivos
- Irritabilidade
- Solidão
- Melancolia
- Insegurança
- Pensamentos negativos
- Desesperança
Estadão Conteúdo