
O Ceará registra o terceiro caso de raiva humana neste ano. A vítima dessa vez é um menino de 11 anos, natural do município de Ipu. Segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o garoto contraiu a doença por meio da mordida de um sagui, o que caracteriza a doença como do tipo silvestre. O coordenador de Promoção e Proteção a Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, informou que "infelizmente, no Estado, principalmente no Interior, a comunidade tem o costume de alimentar e criar soins, animais silvestres, que muitas vezes possuem a doença, mas demoram a muito a se manifestar".
O garoto está internado no Hospital São José, em Fortaleza, com suspeita de raiva humana. Porém, é oriundo da Santa Casa de Misericórdia, em Sobral e, de onde foi encaminhado à Capital cearense. Segundo a diretora-geral interina do Hospital São José, Marli Bezerra, o caso ainda está sob suspeita e aguarda a realização do exame pelo Laboratório Central de Saúde Publica (Lacen), que deve apresentar um laudo até amanhã, dia 26. Todos os indícios indicam raiva humana.
A primeira vítima este no Estado, foi Expedito dos Santos, de 26 anos, que contraiu a raiva humana e morreu em setembro último, no Hospital São José, onde estava internado desde o início do mês. Ele teve parada cardíaca. A morte foi confirmada pelo infectologista e diretor do São José, Anastácio Queiroz. Este foi o primeiro da doença registrado este ano no Brasil.
O caso da doença foi confirmado como sendo o primeiro do ano pelo Sesa. Segundo relatos da família, Expedito foi atacado por uma cadela, que nunca havia sido vacinada contra a raiva, e que era criada dentro de casa, na localidade de Carneiro, em Chaval, a 425km de Fortaleza.
No Ceará, os últimos casos registrados de raiva humana transmitidos por cães ocorreram em 2003. Foram sete óbitos em Fortaleza. Após 2003, foram confirmados dois óbitos humanos, em 2005 e 2008.
Os dois foram transmitidos por sagui, animal silvestre que deve ser mantido na mata, distante de ambientes domésticos. No Ceará, a permanência do ciclo da doença entre saguis preocupa porque eles são mantidos em muitas regiões como animais de estimação, próximos das casas, em contato com o homem.
Imunizações
Apesar da realização de duas campanhas de vacinação antirrábica, por ano, em todo o Estado ainda há donos de cães que não levam os animais aos postos para serem vacinados e assim evitar riscos da doença e de morte na família e na comunidade.
Em 2009, a Secretaria da Saúde do Estado, secretarias municipais de Saúde, Polícia Militar, Forças Armadas, Fundação Nacional de Saúde, Ematerce, Corpo de Bombeiros e a Empresa de Correios e Telégrafos envolveram 30 mil pessoas na campanha de vacinação. Foram incluídos, na ação, agentes de saúde e voluntários, para imunizar 1,6 milhão de cães e gatos.
THAYS LAVOR
REPÓRTER
REPÓRTER