O deputado eleito Capitão Wagner Sousa (PR) disse, ontem, ao O POVO,
que a relação conflituosa entre Polícia e Governo do Estado só estará
“zerada” com a saída do atual secretário de Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS), Servilho Paiva, e com as atitudes do sucessor do
governador Cid Gomes (Pros), Camilo Santana (PT).
Em entrevista ao O POVO,
na última terça-feira, 9, Cid disse que o petista não poderá ser
responsabilizado nem deverá absorver as sequelas da tensão que marcou o
relacionamento entre Governo e Polícia nos últimos três anos. “Não há
nada que ele (Camilo), pessoalmente, tenha tido participação. Portanto,
ele começa com o clima zerado”, ponderou Cid.
Em
contraposição, o atual vereador Capitão Wagner disse ficar feliz “com o
reconhecimento do governador de que foi um dos principais causadores de
tensionamento entre o Governo e os profissionais da segurança”. Para
Wagner, Cid “está sendo coerente em confessar que é o responsável”.
Sobre
suas ações, o governador afirmou que, por dever, determinou a abertura
de sindicâncias, com a exclusão e militares dos quadros da Polícia
Militar, como o também eleito deputado, Cabo Sabino (PR). “Imagino que
eles devem ter ódio por conta disso, mas é uma imposição de quem está
com essas responsabilidades”, defendeu Cid.
Wagner ressaltou
que a expectativa é de que o novo governador, além do discurso de que
abrirá o diálogo com as polícias, avance em ações práticas e escute as
demandas e sugestões dos policiais.
Indicações
O
deputado ponderou que a categoria está “preocupada” com a definição do
novo gestor da SSPDS e do comando da Polícia Militar. Ele frisou que,
nos bastidores, as informações são de que Servilho possa permanecer no
cargo, apesar de referências ao eleito deputado federal Moroni Torgan
(DEM) como possível nome indicado.
“A gente fica
preocupado com a permanência do secretário porque ele encarna justamente
esse acirramento de ânimos do Cid com a categoria. A gente não consegue
zerar o problema se permanece o secretário que foi o responsável pela
abertura de processos indevidos e por demitir ilegalmente vários
companheiros de farda”, afirmou Wagner.
Questionado se o nome
de Moroni seria melhor recebido, ele ressaltou a experiência anterior do
deputado com a SSPDS, mas destacou que o importante é ser alguém que
tenha um perfil de diálogo com diversos setores da sociedade.
O Povo


