Assessoria não informou o motivo
da decisão do presidente da Câmara. Até esta quinta, prédio estava vermelho em
referência à luta contra AIDS.
Um dia após deflagrar o processo
de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), determinou nesta quinta-feira (3) quea cúpula da Câmara, no
Congresso Nacional, fosse iluminada de verde e amarelo. Perguntada, a
assessoria da Casa não informou o motivo da decisão.
Até esta quinta, o prédio estava
iluminado de vermelho em referência à luta contra a AIDS. O verde e amarelo
destoa dos demais edifícios da Esplanada – ministérios e Palácio do Planalto –
que continuam iluminados de vermelho. O Senado Federal, representado pela outra
cúpula, também segue vermelho.
Nesta tarde, Cunha leu, no
plenário da Câmara, a decisão de autorizar a abertura do processo de
impeachment. A leitura deflagra oficialmente o início do procedimento que pode
resultar no afastamento de Dilma.
Antes disso, o
primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), fez a leitura do
pedido do processo de impeachment, que tinha 65 páginas. A leitura, que começou
pouco após as 14h, levou 3 horas e 10 minutos.
Dos sete pedidos de afastamento
que ainda estavam aguardando sua análise, Eduardo Cunha deu andamento ao
requerimento formulado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.
O pedido de Bicudo – um dos
fundadores do PT – foi entregue a Cunha em 21 de outubro. Na ocasião, deputados
da oposição apresentaram ao presidente da Câmara uma nova versão do
requerimento dos dois juristas para incluir as chamadas “pedaladas
fiscais” que teriam sido cometidas pelo
governo em 2015. O argumento central é a edição de decretos assinados pela
presidente para liberar cerca de R$ 2,5 bilhões, sem autorização do Congresso
Nacional, nem previsão no Orçamento de 2015.
"Quanto ao pedido mais
comentado por vocês, proferi a decisão com o acolhimento da denúncia. Ele traz
a edição de decretos editados em descumprimento com a lei. Consequentemente,
mesmo a votação do PLN 5 [projeto de revisão da meta fiscal de 2015] não supre
a irregularidade", disse Cunha em entrevista coletiva na Câmara dos
Deputados nesta quarta.
O despacho do peemedebista
autorizando a abertura do impeachment ocorreu no mesmo dia em que a bancada do
PT na Câmara anunciou que vai votar pela continuidade do processo de cassação
de Cunha no Conselho de Ética. Ao longo do dia, Cunha consultou aliados sobre a
possibilidade de abrir o processo de afastamento da presidente da República.
À tarde, ele tratou do assunto,
em seu gabinete, com deputados de PP, PSC, PMDB, DEM, PR e SD. Segundo
parlamentares ouvidos pelo G1, Cunha queria checar se teria apoio dos partidos
caso decidisse autorizar o impeachment.
Nos bastidores, aliados do
presidente da Câmara mandavam recados ao Palácio do Planalto de que ele iria
deflagrar o processo de afastamento da presidente se o Conselho de Ética desse
andamento ao processo de quebra de decoro parlamentar que pode cassar o mandato
dele.
G1




