Mulher é agredida com remo pelo marido: 'quem bate não tem amor'

“Quem bate uma vez é porque não tem amor”. Essa é a fala de uma mulher que levou 30 pontos na cabeça após ser agredida pelo marido com um remo, durante uma briga dentro de casa. O crime aconteceu na quinta-feira (26), em Vila Velha, na Grande Vitória. O guarda-vidas, Renzo Grassi, de 25 anos, chegou a ser conduzido para a delegacia e foi autuado em flagrante, mas pagou fiança de R$ 2 mil e responderá ao processo em liberdade.
A atendente, Andréa Saffran, de 29 anos, foi socorrida no Hospital Antônio Bezerra de Farias, em Vila Velha. Após ter a cabeça enfaixada, ela foi levada à delegacia da Mulher na cidade, mas voltou a ser conduzida a um hospital por estar passando mal. Até esta quinta-feira (3), o depoimento dela não havia sido colhido.
Andréa contou que no dia da briga, o marido estava irritado dentro de casa, e que eles chegaram o romper o relacionamento. Ela saiu da residência algumas vezes na tentativa que ele se acalmasse. O guarda-vidas disse sairia de casa, no mesmo dia, levando uma cômoda e uma cama da filha de pouco mais de um ano. Os móveis foram presentes dados à menina pela mãe dele. O pai iria buscá-lo para fazer o frete.
A discussão começou por volta das 19 horas, quando a mulher perguntou ao marido se o pai dele não viria mais. O irmão da atendente, que em uma casa no mesmo terreno, ouviu os gritos da briga e foi até a residência do casal. Ele estava com a filha de dois anos no colo, quando o cunhado partiu para cima dele.
“Meu irmão falou ‘essa gritaria vai começar de novo?’. Foi o suficiente para o Renzo se alterar ainda mais. Ele saiu na varanda e eu fui atrás, os dois trocaram meia dúzia de palavras e ele foi pra cima do meu irmão, que estava com a minha sobrinha no colo. Entrei na frente dele, para proteger meu irmão, já com um remo de um caiaque em mãos”, contou.
Segundo Andrea, Renzo tomou o remo das mãos dela e bateu com força na cabeça dela. Enquanto o sangue escorria pelo rosto da mulher, ele voltou a partir para cima do irmão da vítima.
Mesmo com o ferimento, Andrea pegou outro remo e bateu nas costas do marido para impedi-lo de agredir o irmão. A Polícia Militar foi acionada e deteve Renzo perto da casa. Andréa foi levada para o hospital e depois para a delegacia.
História
Após passados alguns dias, a mulher reflete o que a fez continuar em um relacionamento com o guarda-vidas. As agressões ao longo do relacionamento que durou três anos e oito meses, foram muitas, tantas que ela não sabe precisar quantas. Classificadas como empurrões, tapas, ofensas verbais, entre outras mais graves, como uma pancada com um remo.
Grávida, no ano de 2013, a atendente abriu o primeiro processo contra o marido. Ele havia a batido com um chinelo na época. Renzo voltou para casa após um mês, depois fazer a promessa para a mulher de que iria mudar, de que a amava, de que queria estar próximo à família. Andréa aceitou.
“Eu gostava dele, e eu acreditava que ele poderia mudar, mas hoje eu não reconheço aquele pessoa. Achava que era meio uma bipolaridade, de estar bem, estar mal, mas não foi assim”, contou em lágrimas a atendente.
Além disso, ela ressalta que a espera do nascimento da filha, pesou na balança da decisão. “Que mulher não quer que uma filha tenha um pai. Eu acreditei. Queria a família”, disse a mulher.

G1

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