Uma mulher levou três facadas do marido durante uma briga, na tarde
desta quarta-feira, na Rocinha, comunidade da Zona Sul. O agressor foi
preso e a vítima segue internada em estado grave no hospital municipal
Miguel Couto, na Gávea, onde passou por uma cirurgia.
Paulo Roberto Menezes Lopes, 32 anos, natural de Macaraú (Santa
Quitéria) foi preso depois de ser linchado e queimado com pontas de
cigarro e cera de vela por moradores da favela, que, em seguida, o
entregaram amarrado a policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)
da região.
Sua mulher, Luciana Rodrigues Alves, de 25 anos, natural de Jatobá
(Ipu), estava dentro de casa cozinhando na companhia do filho, de 4
anos, quando o marido chegou em casa, após beber em um bar. O casal
começou a discutir e, no meio da briga, Luciana pegou uma faca de
cozinha e partiu para cima de Roberto. Ele conseguiu desarmar a mulher,
dando-lhe, em seguida, três facadas próximo ao abdômen, seio e mãos. O
filho do casal assistiu toda a cena.
De acordo com Bruno Reis, delegado adjunto da 14°DP (Leblon), o agressor
confessou a tentativa de homicídio, porém não soube explicar o motivo
da briga. “Paulo Roberto confessou que bebeu desde 13h30 em um bar da
Rocinha e que esfaqueou a vítima quando chegou em casa. Ele também falou
que trancou a porta da residência para não ser pego e para que ela não
fosse socorrida”, declarou o delegado. Ainda segundo o acusado,
traficantes da Rocinha o ameaçaram após o crime. “Bateram com a ponta do
fuzil no rosto dele”, completou Bruno Reis.
Devido aos gritos, moradores decidiram quebrar a janela da casa e
socorrer Luciana. Durante a discussão, por volta das 17h30, o filho dela
fugiu de casa e buscou ajuda na casa da tia, que mora próximo. A
criança chegou à residência da tia falando ‘dinda, meu tio matou minha
mãe’. De acordo com o depoimento de Maria Lucimar, irmã da vítima, à
polícia, o menino estava com a roupa coberta de sangue mas não teve
ferimentos.
O casal se relacionava há quase um ano, morava junto há quatro meses e
não tinha histórico de brigas. A família da vítima informou que sabia
que Paulo Roberto consumia bebida alcoólica todos os fins de semana e
ficava exaltado, mas não soube dizer se ele já havia cometido alguma
agressão antes.
Paulo Roberto, que não possui antecedentes criminais, foi levado da
Polinter para o Complexo Penitenciário de Bangu. O agressor responderá
por tentativa de homicídio enquadrado na Lei Maria da Pena, onde pode
pegar pelo menos 20 anos de prisão.
O Dia