A mudança de nome da Companhia Energética do Ceará (Coelce) para Enel
Distribuição Ceará, que ocorre hoje, promete ao usuário do Estado,
segundo afirma o presidente da holding Enel no Brasil, Carlo Zorzoli,
tecnologia de ponta para ofertar mais serviços e menos tempo sem
energia. Concomitantemente, a empresa foca no mercado livre e na mini e
microgeração.
“O Ceará foi e segue sendo muito central para nós.
Isso envolve ainda as outras empresas da
companhia, como a Prátil e a termelétrica instalada no Pecém, as quais
passam a serem chamadas de Enel Soluções e Enel Geração,
respectivamente. Apenas a Enel Green Power mantém o nome.
Conexão rápida
Já o presidente da Enel Distribuição
Ceará, Abel Rochinha, afirma: “a primeira mudança a ser percebida pelo
usuário será a melhor qualidade daqui pra frente”. Ele aponta para a
tecnologia de telecomando – na qual se “coloca chaves em diversos locais
da rede de maneira que trabalho feitos antes em 1h são prontos em 5min,
fazendo com que o cliente quase não sinta que ficou sem energia” – como
um dos principais benefícios aos quatro milhões de cearenses clientes
da Enel. “Uma segunda forma também é a conexão de novos clientes.
Historicamente, sempre tivemos a média de 120 mil novos clientes por ano
– muito mais do que a maioria das outras distribuidoras. Isso gerou um
‘GAP’ da ordem de 30 mil clientes (sem conexão à rede) e que nós estamos
resolvendo até meados do ano que vem”, disse, citando que, enquanto
Coelce, a companhia obteve boas avaliações na Agência de Nacional de
Energia Elétrica (Aneel).
Geração distribuída
A transformação de clientes em geradores
de energia também é vista pela Enel como oportunidade de negócio e,
segundo os dois executivos, a companhia atuará neste negócio com mais
afinco a partir da Enel Soluções, que espera crescer 70% ao ano em
potência instalada até 2019.
“O alvo é tipicamente um cliente
particular de consumo médio/alto ou pequenos negócios, pequenas
indústrias, rede de varejo”, afirma Zorzoli. Atualmente, a empresa já
atua nesta área, mas os trabalhos devem ser intensificados em regiões
onde a Enel não atua como distribuidora. Sobre os gargalos que afetam os
novos planos, ele aponta para o financiamento como um dos principais
desafios e diz estar negociando com bancos para ter um pacote que
facilite o negócio. Outro impedimento é a instalação de placas solares
no teto. Para ele, o serviço só deve ser feito no solo.
Fique por dentro
Companhia tem trajetória de 45 anos no Ceará
Criada em 5 de julho de 1971, a
Companhia Energética do Ceará (Coelce) surgiu da unificação de quatro
empresas distribuidoras de energia elétrica então existentes no Estado:
Celca, Cenort, Conefor e Cerne. Em 1995, a Companhia tornou-se uma
empresa de capital aberto, passando a negociar suas ações nas principais
bolsas de valores brasileiras. Três anos depois, em 1998, em leilão
público, realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), a
empresa foi privatizada. No mesmo ano, o Consórcio Distriluz Energia
Elétrica S.A. Converteu-se no operador da empresa, assinando o contrato
de concessão, válido por 30 anos. Já em 1999, foi concluído o processo
de reestruturação societária e a Coelce passou a ser controlada pela
Investluz S.A., da espanhola Endesa.
Diário do Nordeste