Presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior presídio do Rio
Grande do Norte, entraram em batalha campal na manhã desta quinta-feira
(19). Após subirem em telhados dos pavilhões, membros de duas facções
partiram para o confronto. Pedras, barras de ferro e vigas de madeira
são arremessadas de um lado a outro. Há informação de feridos. A Polícia
Militar está na área externa da unidade. Do alto das guaritas,
policiais fazem disparos na tentativa de conter a confusão.
O repórter Ítalo Di Lucena, da Inter TV Cabugi, está
na área externa de Alcaçuz. Ele informa que há fumaça na parte interna,
barulhos de tiros e de quebra-quebra no local. Por volta das 11h30
(horário de Brasília) o helicóptero Potiguar I, da secretaria de
Segurança Pública do estado, chegou ao local para auxiliar na operação.
Durante o confronto, os presos abandonaram as barricadas que haviam
montado para se proteger e foram em direção à facção rival, atirando
objetos. Foi possível ver detentos aparentemente feridos sendo
transportados em carrinhos de carga.
Por volta das 13h (horário de Brasília), a situação estava mais calma.
Os grupos em confronto haviam voltado para as barricadas e telhados dos
pavilhões, mas ainda lançavam objetos um contra o outro e trocavam
ameaças.
A polícia permanecia na área externa do presídio, onde parentes dos
presos buscavam informações. A dona de casa Jéssica de Oliveira, de 26
anos, afirma que o marido lhe contou, pelo telefone, ter sido ferido na
perna. "O Estado não pode deixar todo mundo assistir a nossos maridos
morrerem desse jeito", disse.
Na quarta-feira (18), 220 membros da facção criminosa Sindicato do RN
foram retirados de Alcaçuz, para evitar o confronto com presos do
Primeiro Comando da Capital (PCC) que estão no presídio. Ainda há,
entretanto, membros do Sindicato no local, além de detentos que não são
ligados a nenhuma facção. No total, há cerca de 1,2 mil detentos em
Alcaçuz, quase o dobro da capacidade.
No último fim de semana, presos do PCC invadiram a área onde ficam os
integrantes do Sindicato do RN. No confronto, 26 detentos morreram.
G1