O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito nesta quarta-feira, 1º, o
novo presidente do Senado Federal em uma eleição praticamente
consensual. Com acordo entre as bancadas, Eunício recebeu 61 votos. Ele
disputou a vaga com o senador José Medeiros (PSD-MT), que lançou
candidatura sem o apoio do próprio partido, e recebeu apenas 10 votos.
Em
discurso anterior à votação, Eunício reforçou a importância de o Senado
se manter na corrente de combate à corrupção, mas defendeu que é
preciso "ser duro quando um poder tentar se levantar contra o outro".
Empresário
com a segunda maior fortuna declarada no Senado, R$ 99 milhões em 2014,
o senador é defensor da agenda de reformas do presidente Michel Temer,
de quem se diz "amigo" e "parceiro".
Eunício, que também presidirá
o Congresso e será o segundo na linha sucessória da Presidência, disse à
reportagem que o Poder Legislativo deve debater com profundidade a
reforma da Previdência e eventualmente rever a possibilidade, contida no
texto, de que a aposentadoria integral só ocorrerá com 49 anos de
contribuição. "Nada que entra aqui tem a obrigação de sair do jeito que
chegou", afirmou. Mas dá sinais de que trabalhará, se necessário, para
garantir o calendário do governo de aprovar a reforma nas duas Casas
Legislativas ainda no primeiro semestre. "Discussão rápida não quer
dizer não discussão, não debate e não modificação (no texto)."
O
peemedebista tem dito que, a despeito da pauta de Temer, vai defender
uma agenda de desburocratização do País e que ajude a criar um ambiente
propício para os negócios. Para ele, esse debate não pode ser exclusivo
do Executivo.
Mesmo como cotado para suceder Renan Calheiros
(PMDB-AL) desde a recondução dele, em fevereiro de 2015, Eunício só teve
sua candidatura confirmada por aclamação da bancada do PMDB nesta
terça-feira, 31, em encontro na residência oficial do Senado.
Diferentemente do antecessor, que se envolveu em uma série de conflitos
com o Judiciário, o peemedebista tem pregado o diálogo entre os Poderes e
disse que pretende se reunir em breve com a presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.
O Povo