O Ministério da Saúde anunciou o fim do financiamento do programa
“Farmácia Popular do Brasil”. Há em todo o país 393 unidades. No Ceará,
são 27. A decisão foi da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que
reúne representantes de estados, municípios e governo federal, a partir
da competência de maio de 2017. Moradores das cidades onde há unidades
mostram-se insatisfeitos com a medida e temem pagar mais caro por
medicamentos básicos e de uso contínuo.
“O Ministério iria formar um grupo de estudo para definir um novo modelo
de financiamento do programa, mas até agora não houve decisão”, frisou o
secretário de Saúde de Iguatu, Marcelo Sobreira. “Inicialmente, iriam
repassar os recursos para os municípios que fazem parte do programa, mas
tudo indica que voltaram atrás”. Sobreira lamenta que o governo federal
não quer mais manter a rede de Farmácias Populares. “É um grande
programa social, que infelizmente tende a acabar”.
Esta cidade recebeu a primeira unidade implantada no Interior cearense,
em 2006, que funciona ao lado da Hospital e Maternidade Agenor Araújo,
no bairro São Sebastião. A unidade continua ativa, mas atende apenas a
30 pessoas e comercializa cerca de R$ 400 por mês.
O programa ampliou a assistência farmacêutica oferecendo aos moradores
mais uma opção de acesso aos medicamentos básicos, por meio de parceria
entre o Ministério da Saúde e as prefeituras. As unidades repassam
medicamentos a preço de custo, adquiridos pela Fundação Oswaldo Cruz,
exclusivamente para o programa. Há casos em que medicamentos são
adquiridos de graça. As farmácias oferecem uma lista com 112
medicamentos, sendo 18 deles gratuitos.
O aposentado Raimundo Alves é um dos beneficiários e ficou surpreso com a
medida, que irá fechar a unidade. “Isso vai provocar na gente um clamor
grande”, disse. “O preço é bem em conta e acho uma maldade muito grande
fechar um benefício desses pra gente”.
Os maiores beneficiários são pacientes que sofrem de doenças crônicas
como hipertensão, diabetes e asma. “Comprei um frasco de dipirona por R$
0,70”, comentou o agricultor Carlos da Silva. “Agora vai ser o jeito
comprar mais caro”.
Diário do Nordeste Online


