Em Londres, ministro do STF Luís Roberto Barroso defende a necessidade da reforma previdenciária. Durante palestra, Barroso afirma ainda que restrição ao foro privilegiado é importante para combater a corrupção.
O ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu neste
sábado (13) a necessidade imprescindível da reforma previdenciária
drástica no Brasil, durante um evento acadêmico em Londres.
"O setor previdenciário brasileiro é uma imensa transferência de renda
dos pobres para os ricos, porque os 30 milhões de pensionistas no INSS
custam um pouco mais do que 1 milhão de aposentados no setor público e
todo o resto da sociedade financia essa transferência de renda", afirmou
Barroso a uma plateia lotada.
Para o ministro, uma reforma nesse sentido precisa estabelecer uma
restrição etária, de no mínimo 65 anos, para o acesso à aposentadoria.
Barroso não comentou sobre a atual proposta discutida no Congresso que
visa mudar esse sistema.
No entanto, a idade mínima, de 65 anos para homens e 62 para mulheres, é
uma das principais propostas da reforma da Previdência cujo texto-base
foi aprovado na terça-feira (02) pela Comissão Especial da Câmara que
debateu o tema e que irá a plenário.
"Quando vejo um pobre contra a reforma da Previdência me dá uma
tristeza enorme, porque ele não sabe que está pagando a aposentadoria de
um sistema que é feito para tirar dinheiro dele. Se pobre estiver
sustentando rico, o sistema é perverso e injusto, portanto tem que
mudar", destacou o ministro, depois de ter iniciado a palestras com
alguns presentes acusando-o de golpista e de ser chamado de machista,
após fazer uma piada sobre a dificuldade de impressionar esposas.
Reforma política contra a corrupção
Durante a conferência Brazil Forum, organizada por estudantes
brasileiros de diversas universidades britânicas, Barroso defendeu ainda
uma reforma política, com a diminuição do custo da eleição, e uma ampla
restrição do foro privilegiado para combater a corrupção no Brasil.
"O sistema político brasileiro reprime o bem e potencializa o mal",
disse o ministro, afirmando que uma reforma nessa área precisa focar em
baratear os custos das eleições, aumentar a legitimidade democrática da
representação política e facilitar a governabilidade com formação de
maiorias.
G1



