Brasília/Fortaleza. Tão logo foi anunciado no cargo, o
presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati (CE), pediu, por meio de
nota, que os ministros do partido permaneçam em seus cargos no governo
Temer.
"Mantendo sua responsabilidade com o País, que enfrenta uma crise
econômica sem precedentes, o PSDB pediu aos seus quatro ministros que
permaneçam em seus respectivos cargos, enquanto o partido, assim como o
Brasil, aguarda a divulgação do conteúdo das gravações dos executivos da
JBS", diz a nota.
Tasso assumiu a presidência do PSDB após a saída de Aécio Neves (MG),
ontem. O senador deixou o cargo com o agravamento das investigações da
Lava-Jato. Os donos do frigorífico da JBS divulgaram para a Polícia
Federal áudio em que Aécio pede propina de R$ 2 milhões.
O ministro das Cidades, Bruno Araújo, um dos quatro tucanos do
ministério, divulgou nota, ontem, informando que permanece no governo
federal "pedido do seu partido, o PSDB".
O afastamento do senador era previsto e a bancada do partido na Câmara
chegou a anunciar, mais cedo, que o deputado Carlos Sampaio (SP) ocupará
o cargo interinamente.
"Depois de ouvir inúmeros companheiros e seguindo o que determina o
nosso Estatuto, estou apresentando à Executiva o nome do senador Tasso
Jereissati, do PSDB do Ceará, para assumir nessa interinidade a
presidência do partido", escreveu.
Aécio disse estar certo de que as investigações mostrarão "correção"
dos atos deles e dos familiares deles. "Me dedicarei diuturnamente a
provar a minha inocência e de meus familiares para resgatar a honra e a
dignidade que construí ao longo de meus mais de trinta anos de vida
dedicada à política", diz a nota.
Diário do Nordeste



