O caso do padre que está afastado acusado de enviar “nudes” a um adolescente causou
grande repercussão entre os fiéis da paróquia de Nossa Senhora da
Conceição, do Bairro Conjunto Ceará, em Fortaleza. Em entrevista ao programa Barra Pesada, da TV Jangadeiro/SBT,
duas pessoas que trabalham na igreja se mostraram surpresas com as
denúncias e as conversas de Whatsapp divulgadas na internet.
Participante da liturgia paroquial, Joaquim Brito fala que há anos
trabalha na igreja, e que nunca tinha visto isso na paróquia. “Como a
comunidade em si, está todo mundo surpreso. É um momento muito delicado
para os fiéis e para nós paroquianos. Estamos de mãos atadas, e
esperamos que os fatos sejam esclarecidos”, afirma.
Uma das grandes preocupações do paroquiano é com a fé das pessoas que
frequentam a igreja. “Trabalhamos com a fé do povo, e são pessoas que
acreditam e têm fé, e também querem o retorno do que aconteceu. Só nos
resta rezar para que tudo fique bem esclarecido para todos”, finaliza
Joaquim.
A acusação
O padre Raimundo Nonato da Silva foi suspenso do uso de Ordem Sacra,
conforme decreto expedido no dia 20 de abril. Imediatamente após a
denúncia de assediar sexualmente de um jovem de 17 anos que trabalhava
na igreja, a Arquidiocese de Fortaleza afastou o sacerdote da paróquia,
conforme apurou o Tribuna do Ceará.
Desde os 13 anos, o adolescente, que atualmente está com 17 anos,
prestava serviços à comunidade na paróquia Nossa Senhora da Conceição.
Este ano, nos festejos de São José, as coisas começaram a mudar para o
jovem, segundo ele conta.
“Eu comecei a trabalhar, e o novo padre pediu que eu continuasse com
meus serviços. Logo ele começou a ‘dar em cima de mim’, e fiquei
surpreso”, explica o jovem, que resolveu denunciar o caso.
O garoto apresentou fotos de um órgão genital, que teriam sido
enviadas pelo padre via Whatsapp. Segundo ele, o religioso teria
proposto a compra de um celular e dinheiro, para o caso de ficarem
juntos.
Dois arcebispos já fizeram uma investigação da denúncia, e
encaminharam a análise para o Vaticano, que tem dois meses para emitir
um parecer. De acordo com o presidente do Tribunal Eclesiástico do
Ceará, o padre Antônio Carlos, essa é a primeira denúncia do tipo desde
que assumiu o cargo, em 2015.
Tribuna do Ceará