A
Polícia Federal concluiu, em relatório final enviado ao Supremo
Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (26), que houve indícios de
que o presidente Michel Temer cometeu obstrução de Justiça e
prevaricação. As informações sobre o teor do documento foram divulgadas
pelo site da Revista Época. O relatório aponta que o peemedebista atuou
para embaraçar investigações e deixou de comunicar as autoridades sobre
suposta corrupção de membros do Judiciário e do Ministério Público.
No relatório, os investigadores citam que o presidente cometeu obstrução
de Justiça ao ter concordado com a compra do silêncio do ex-deputado
Eduardo Cunha (PMDB) e do operador Lúcio Funaro, citados pelo empresário
Joesley Batista em conversa gravada em março no Palácio do Jaburu.
Já a prevaricação foi atribuída ao presidente por ele ter ficado
impassível diante da fala de Joesley que afirmou que interferiria em
investigações ao comprar juízes e procuradores que atuam em ações contra
a JBS.
A polícia afirma que Temer atuou "por embaraçar investigação de infração
penal praticada por organização criminosa, na medida em que incentivou a
manutenção de pagamentos ilegítimos a Eduardo Cunha, pelo empresário
Joesley Batista, ao tempo que deixou de comunicar autoridades
competentes de suposta corrupção da Magistratura Federal e do Ministério
Público que lhe fora narrado pelo mesmo empresário".
Segundo a Época, a Polícia Federal também solicitou ao ministro Edson
Fachin, relator da ação no STF, para continuar investigando o presidente
da República por organização criminosa no âmbito de um inquérito, que
já foi aberto e envolve políticos do PMDB da Câmara dos Deputados.
Além do relatório final, a PF entregou ao Supremo a perícia realizada no
áudio da conversa gravada por Joesley. A perícia foi solicitada pela
defesa de Temer, no mês passado.
Na última semana, o ministro Edson Fachin abriu prazo para a PGR se
manifestar sobre o inquérito aberto para investigar Temer. Com a
decisão, a procuradoria tem até amanhã (27) para decidir sobre eventual
denúncia contra o presidente e outros citados nas investigações, entre
eles, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Diário do Nordeste Online



