Procuradores federais brasileiros e espanhóis começaram a trocar
informações sobre as suspeitas de corrupção que pesam contra Ricardo
Teixeira, ex-presidente da CBF, pelo suposto desvio milionário da
receita de jogos da seleção. Informalmente e por meios confidenciais, a
cúpula da Procuradoria Geral da República já foi alertada pela Espanha
de que a Justiça de Madri emitiu uma ordem internacional de prisão
contra o ex-dirigente. A esperança dos espanhóis é de contar com a
colaboração do Brasil no caso.
Por enquanto, a cooperação entre os dois países está ocorrendo de
maneira informal. De acordo com pessoas próximas ao caso, investigadores
brasileiros já fizeram os primeiros contatos com os espanhóis. Mas os
procuradores de ambos os lados estão estudando formas de tornar oficial o
procedimento, a troca de dados e mesmo de uma ordem de busca.
Em Brasília, o interesse é o de saber se os dados colhidos pela Justiça
na Espanha também poderiam ser usados em um inquérito no País contra o
ex-cartola, inclusive por evasão. Mesmo detido no território nacional à
pedido de Madri, Teixeira jamais seria extraditado por conta das leis
nacionais. Mas poderia responder a um processo ou pelo menos ser
questionado, com suas respostas sendo enviadas aos juízes na Espanha.


