O papa Francisco ligou por
telefone para um catador de lixo da Argentina que perdeu as duas pernas em um
acidente de trânsito enquanto trabalhava e que agora defende um projeto para
que seja declarado um dia para homenagear seus colegas de trabalho.
A ligação foi feita nesta
segunda-feira, 17, minutos antes de Maximiliano Roberto Acuña ser homenageado
em cerimônia na Assembleia Legislativa de Buenos Aires, segundo informou La
Alameda, uma organização não governamental (ONG) liderada pelo legislador
Gustavo Vera, amigo pessoal do papa.
"Vínhamos no carro para a
cerimônia na Assembleia Legislativa e toca o celular, de um número privado.
Pensei que era um colega de trabalho e primeiro perguntei quem falava",
relatou Acuña. "O papa Francisco", respondeu o pontífice.
O papa decidiu fazer a ligação
após ter recebido de Vera um e-mail no qual o amigo contava a história de
Acuña.
"Sim, sou o papa Francisco,
um amigo (Gustavo Vera) me enviou uma mensagem e me emocionou a força que você
tem", disse o papa a Acuña.
Acidente
Habitante da periferia de Buenos
Aires, o homem de 33 anos, pai de cinco filhos, quer que 22 de março seja
reconhecido como o Dia do Catador de Lixo. Na data deste ano, Acuña sofreu a
amputação das duas pernas após um carro bater no caminhão de lixo quando ele
realizava o trabalho de coleta.
Segundo o relato de Acuña, o papa
o prometeu que, na próxima vez que for à Argentina, eles se conhecerão
pessoalmente e conversarão.
"Sempre para a frente, você
é um exemplo", disse o papa Francisco a Acuña, que foi homenageado na
Assembleia Legislativa de Buenos Aires em uma cerimônia que contou com a
presença de 400 catadores.
Na mensagem enviada ao papa, Vera
contou que Maximiliano não pediu esmola nem chorou e que trabalha "para
continuar mantendo a família", com "bom humor e sendo um exemplo de
dignidade e amor à vida". /EFE



