O kit para a realização do exame de rejeição de coração transplantado, o biótomo, está em falta no Hospital do Coração Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, o Hospital de Messejana.
Cada kit, que era reutilizável e passou, para a segurança dos
pacientes, ao uso do material descartável, tem o custo de R$ 7,2 mil. O
exame é feito em pacientes que receberam um transplante nos primeiros
seis meses após a cirurgia e, em seguida, uma vez a cada ano.
São
200 pacientes transplantados atendidos atualmente pelo hospital.
Moradora do Mondubim, Célia Maria Alcântara da Silva, 51, deveria ter
feito o exame no dia 27 de junho passado, um ano após receber o
transplante de coração. “Eu estava internada com suspeita de rejeição.
Eu sinto muito medo, porque isso pode custar a minha vida”, lamenta e
completa que, mesmo em alta, ainda corre risco de piora.
Washington
Gonçalves, 43, aguarda o material chegar para confirmar uma possível
rejeição no coração que recebeu há dois anos. Ele recebeu alta por falta
do material para realizar o exame e porque, caso permanecesse
internado, teria risco de infecção hospitalar. A esposa Diana da Silva,
39, dona de casa, diz que, por conta das medicações, os “rins quiseram
parar”. “O atendimento no Hospital é ótimo, não tenho do que reclamar,
só falta mesmo esse kit. Eles têm que conseguir logo porque meu marido
corre o risco de morrer”, diz.
O
Hospital de Messejana, por meio da assessoria de comunicação, informou
que o procedimento acontece antes da alta hospitalar e é repetido após
seis meses e depois de um ano da realização do transplante. Este ano, o
Hospital de Messejana já realizou 27 biópsias em pacientes
transplantados. Segundo nota enviada por e-mail, o número de
transplantes cardíacos vem batendo recorde ano a ano no Ceará, que é
referência Norte/ Nordeste graças ao trabalho desenvolvido no Hospital
de Messejana.
Foram
realizados, no hospital, 24 transplantes cardíacos em 2015 e 32 em
2016, crescimento de 33%. Em 2017, até 25 de julho passado, já foram
realizados 17 transplantes de coração. Com o aumento na quantidade de
cirurgias, também cresce a demanda por esse tipo de exame. A nota
informa ainda que os kits estão assegurados para os pacientes
internados. Os pacientes transplantados há mais de seis meses que
precisam fazer a biópsia estão sendo chamados de acordo com o nível de
urgência. No último mês de julho, foram empenhados novos kits para
biópsia com prazo de entrega pelo fornecedor para o próximo dia 9.
O Povo Online


