Os familiares de um homem de 44 anos
passaram por um susto na manhã desta quarta-feira. Morador de São José
das Palmeiras, no Paraná, Neimar Bonetti teve morte constatada em um
hospital na noite de terça. Entretanto, durante o velório, em Santa
Helena, a 609km de Curitiba, parentes acharam que o corpo "ainda estava
quente". Apavorados, chamaram um médico que, num exame, identificou
batimentos cardíacos. Foi feita a remoção para uma emergência, onde, em
nova avaliação, a morte foi confirmada.
O velório recomeçou, e
Neimar, que morava num assentamento de sem-terra e, ao que tudo indica,
morreu por infarto, será enterrado às 17h desta quarta-feira. Mas, na
pequena cidade de cerca de 23 mil habitantes, os moradores chegaram a
pensar que tinha ocorrido um milagre. Em um vídeo publicado nas redes
sociais, o homem aparece dentro caixão, enquanto um oxímetro (aparelho
usado para medir a frequência cardíaca) em seu dedo mostra a presença
dos batimentos.
A dona da funerária responsável pelo preparo do
corpo, Terezinha Maria, contou que quando o médico constatou os
batimentos no meio do velório foi uma comoção. Ela explicou que após
passar por um tanato, procedimento em que são retirados sangue e fluidos
corporais que permanecem no corpo, o homem só poderia estar vivo por um
milagre.
— Com 43 anos de funerária foi a primeira vez que isso
aconteceu comigo. Não existe fazer tanato com a pessoa e ela continuar
viva, só por milagre. Eu fui para casa, mas falei que quando chegasse a
hora colocaria ele de volta no caixão — contou Terezinha.
O
médico responsável pelo atendimento no velório, Fernando Santim,
explicou que precisou levar o homem até o hospital para fazer outros
exames para confirmar se estava vivo ou não. No hospital, foi feito um
eletrocardiograma, um exame clínico e Neimar foi avaliado por outros
dois médicos que constataram a morte.
— Normalmente, o coração
depois do óbito ainda emite uma atividade elétrica por algum período. Eu
fui acionado junto com uma enfermeira e levei um oxímetro que constatou
o pulso, mas precisei levar para o hospital para confirmar. A gente
entende a família, mas o que eu fiz foi só tranquilizá-los. Se estivesse
vivo, nós tomaríamos as providências, mas realmente ele estava em óbito
— explicou Santim.
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