O Tribunal Eclesiástico da Cúria
Metropolitana de Natal excomungou o padre José Irineu da Silva, 42 anos, seis
anos após ter abusado de um menino de dez anos, na sacristia da Capela de São
José Operário, no Distrito de Arapuá, em Ipanguaçu. A decisão do arcebispo de
Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, é a primeira envolvendo um padre denunciado por
esse tipo de crime.
O crime ocorreu no dia 28 de
abril de 2011 e, segundo consta nos autos do processo criminal em tramitação no
TJRN sob nº 00002241920118200163, o padre teria aproveitado de um momento a sós
com o menino para
apalpar-lhe nas partes íntimas.
“O Sr. José Irineu da Silva, ora denunciado, ao ouvir em confissão o vulnerável
(identificação mantida em sigilo), com dez anos de idade, orientou que este se
ajoelhasse de costas, logo após colocou-o no colo, e posteriormente lhe colocou
em pé, baixando-lhe a roupa, tocou suas partes íntimas — a genitália e os
testículos; passou a mão em suas nádegas, deu um beijo (…).”
Em agosto do ano passado, Irineu
da Silva foi condenado em decisão do juiz Marivaldo Dantas de Araújo, da
Comarca de Ipanguaçu, a oito anos de prisão em regime fechado, resultado da
denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual. Ele recorreu e aguarda em
liberdade uma decisão da Segunda Instância do Tribunal de Justiça do Rio Grande
do Norte. O processo criminal, no entanto, está concluso ao relator desde o
último dia 12 de junho.
A expulsão de José Irineu da
Silva foi discretamente publicada no “site” da Arquidiocese de Natal, no dia 30
de junho deste ano, mas sem qualquer referência aos motivos. Diz a publicação:
“O Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, por meio da cúria
metropolitana, decretou a demissão do estado clerical do padre José Irineu da
Silva”, diz a postagem, sem qualquer referência à motivação. A decisão da
Igreja demorou seis anos, e ocorre um ano após a condenação em primeiro grau no
TJ-RN.
As informações são da Tribuna do Norte.



