O relatório final da CPI da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que
investigou mortes de policiais, aprovado na tarde desta terça-feira,
concluiu que agentes do estado do Rio correm seis vezes mais risco de
morrer do que policiais de São Paulo. A informação foi passada aos
deputados que integraram à CPI pela pesquisadora da Maria Cecília de
Souza Minayo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a
especialista, o Rio alcançou, em 2014, uma taxa de 265 mortes por 100
mil policiais. Já em São Paulo, no ano anterior, a mesma taxa foi de
41,8 por 100 mil policiais.
O trabalho também comparou a taxa do
Rio com de outros países. A dos Estados Unidos, de 7,1 mortes por 100
mil policiais, é 37 vezes menor do que a registrada no Rio. Na Alemanha,
a taxa chega a 1,2 por 100 mil e na Inglaterra e País de Gales a Taxa
não passa de uma morte por 100 mil agentes.
Em 2016, segundo o
relatório, a capital fluminense teve, ao todo, 146 agentes públicos de
segurança assassinados e 556 feridos. O número soma policiais civis,
militares e bombeiros.
O documento foi aprovado pela Comissão de
Segurança e propõe 14 medidas para diminuir o número de morte desses
profissionais. Entre as medidas, há a mudança da “política de
confronto”, que, segundo o relatório, é adotada pela Secretaria de
Segurança.
“Este tipo de política de confronto tem levado ao
quadro de alta mortalidade de policiais. O uso indiscriminado de elevado
número de policiais em operações em determinadas áreas acaba por expor
aqueles que, posteriormente, ao fim da ação, permanecem na localidade
para manutenção da ordem pública (UPPs). O reflexo da política de
confronto acaba por tornar tanto o policial civil quanto o policial
militar, vítimas de verdadeiras caçadas que ocorrem a qualquer hora do
dia ou da noite”, afirma o relatório.
O documento será publicado no Diário Oficial nos próximos dias e ainda seguirá para votação no plenário.
A
CPI teve como presidente o deputado Paulo Ramos (PSOL) e, como relator,
o deputado Zaqueu Teixeira (PDT). Votaram pela aprovação do documento
os deputados Wagner Montes (PRB), Martha Rocha (PDT) e Zito (PP). Em
2017, já chegou a 102 o número de policiais militares mortos no estado
do Rio.
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