O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu há
pouco retirar o sigilo da gravação da JBS, que motivou a abertura do
processo de revisão do acordo de colaboração de Joesley Batista, Ricardo
Saud e Francisco e Assis e Silva, delatores ligados à JBS. A gravação
tem cerca de quatro horas e deve ser divulgada ainda esta noite.
Nas gravações, é possível ouvir como Joesley e os diretores da JBS
atuaram para obter o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral
da República (PGR). Nos diálogos, os delatores relatam suposta
influência sobre o ex-procurador da República Marcelo Miller, que fez
parte da equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A suspeita da PGR é que Miller atuou como “agente duplo” durante o
processo de delação. Ele estava na procuradoria durante o período das
negociações e deixou o cargo para atuar em um escritório de advocacia em
favor da JBS.
Na segunda-feira (4), ao comunicar a abertura do processo de revisão das
delações, Janot disse que mesmo se os benefícios dos delatores forem
cancelados, as provas contra as pessoas citadas devem ser mantidas. No
entanto, a decisão final cabe ao Supremo.
Agência Brasil