A intolerância religiosa invade terreiros de umbanda, depreda imagens
católicas, agride funcionários de museus e vandaliza até túmulos. O
mausoléu construído para abrigar o corpo do médium Chico Xavier, um dos
mais importantes brasileiros do século XX pela sua generosidade,
caridade e compaixão mesmo com os detratores, foi destruído por
representantes de igrejas evangélicas.
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Instalado
no Cemitério São João Batista, Uberaba, cidade onde viveu a maior parte
da sua vida, seu túmulo desde 2015 é protegido por vidro blindado.
Mesmo assim, os ataques fizeram a estrutura rachar.
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Pedaços
de pedra e tijolos foram encontrados próximo ao local e teriam sido
usados para destruir o monumento. O filho do médium, Eurípedes Higino,
acredita que o ato de vandalismo foi motivado por intolerância
religiosa. Esta não é a primeira vez que algo parecido ocorre. Em junho
de 2015, o túmulo de Chico também foi vandalizado.
Filho não quis registrar
Sobre
registrar boletim de ocorrência denunciando o ato, o filho do médium
disse que preferiu não acionar a Polícia Militar (PM). "Não adianta. Da
outra vez aconteceu a mesma coisa e não resolveram nada. A sujeira em
volta do túmulo também é triste de ver. A melhor coisa por agora foi
pedir voz à imprensa", acrescentou.
Eurípedes afirmou que, na
próxima segunda-feira (2), vai providenciar uma grade em volta do vidro,
da mesma forma que foi feito com o túmulo em 2015. "Não vou trocar o
vidro. Vou deixar como história para Uberaba ver que não há segurança na
cidade", ressaltou o filho de Chico.
Sidnei Pereira, que foi
enfermeiro de Chico e hoje é voluntário da Casa Espírita da Prece,
contou que assim que foram avisados do vandalismo, ele e Eurípedes foram
até o cemitério, onde conversaram com a recepcionista sobre o ocorrido.
"Ela disse que ia repassar a informação para a direção. O Eurípedes
preferiu nem acionar a polícia porque da outra vez não resolveu e agora
que não vão resolver. É muita insegurança e descuido naquele cemitério.
Triste a situação", comentou.
G1



