Após 810 bilhões de tentativas frustradas, a Polícia Federal encerrou relatório sem conseguir acessar arquivos dos operadores Jorge
e Bruno Luz, que confessaram pagamento de R$ 11,5 milhões em propinas a
peemedebistas oriundos de contratos da Petrobras. A perícia sobre os
documentos, que foram entregues pela própria defesa dos empresários, se
encerrou após oito dias ininterruptos de testes com o fim de
descriptografar arquivos referentes às offshores usadas por eles para o
intermédio de vantagens indevidas.
Jorge e Bruno Luz são acusados de atuar junto aos lobistas Fernando
Soares e Julio Camargo na operacionalização de propinas de R$ 15 milhões
a políticos do PMDB oriundas da contratação do navio-sonda Petrobras
10.000 do estaleiro coreano Samsung ao custo de US$ 586 milhões entre
2006 e 2008.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Jorge confessou pagamento de R$ 11,5
milhões aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Jader Barbalho
(PMDB-PA), ao ex-ministro de Minas e Energia do governo Lula, Silas
Rondeau, e ao deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE). Os repasses
teriam ocorrido em contrapartida do suposto apoio dos políticos para
fortalecer os ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e de
Abastecimento, Paulo Roberto Costa, na estatal, após solicitação de
Fernando Soares, em 2005.
Em uma planilha entregue à Justiça Federal do Paraná, em agosto de 2017,
Jorge Luz identifica US$ 418 mil dos R$ 11,5 milhões em propinas que
confessou ter intermediado aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e
Jader Barbalho (PMDB-PA), ao ex-ministro de Minas e Energia do governo
Lula, Silas Rondeau, e ao deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Na mesma petição, ele entregou registros de entrada na Petrobras nos
quais constam que ele entrou na estatal acompanhado do deputado federal
Aníbal Gomes (PMDB-CE) pelo menos três vezes para visitar os
ex-diretores da Petrolífera Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró,
delatores da Lava Jato.
O operador do PMDB admitiu ser o controlador da Offshore Pentagram,
apontada pelo Ministério Público Federal como uma titular de conta na
Suíça utilizada para os repasses aos parlamentares do partido e lavagem
de dinheiro.
A defesa de Luz ainda entregou a Moro dois arquivos criptografados com
os nomes 'CT Pentag ram vs Cap Dupell - Schahin.pdf.pgp' e 'CT Pentag
ram vs Casablanca - Schahin (com carta de aceite).pdf.pgp', e admitiu
que não conseguia abrir em razão da senha que os protegia. Os defensores
pediram perícia sobre os documentos.
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