Há dois anos, a folha do calendário das casas de dois distritos de
Mariana e um de Barra Longa, em Minas Gerais, foi virada pela última
vez. O dia 5 de novembro de 2015 se eternizou nas paredes das casas que
ficaram de pé em Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira.
Desde então, a
vida dos atingidos pela lama da mineradora Samarco está suspensa – 730
dias depois do rompimento da Barragem de Fundão, ainda se espera pelo
reassentamento, pela indenização, pelo rio límpido, cujas ações de
reparo, complexas, enfrentam atrasos e obstáculos que desafiam os órgãos
envolvidos.
A espera e a mudança brusca de vida se transformam em depressão nas
comunidades. Algumas pessoas não viveram para testemunhar as mudanças.
Seus parentes apontam a tristeza como o agente catalisador dos problemas
de saúde. São os novos mortos da tragédia de Mariana.
Blog do Eliomar



