O menino Marcelo Henrique Gonçalves de Oliveira, de sete anos, foi
encontrado morto, em uma estação de tratamento de água. Ele foi achado
com o corpo queimado após desaparecimento de quase 24 horas que
mobilizou os moradores do bairro Aracapé, onde morava.
A criança
saiu para brincar com um amigo no fim da tarde do domingo, 17, e
desapareceu. A professora do menino, Eliana Rodrigues, conta que ele
brincou na casa do colega até as 17 horas e, às 18 horas, a mãe não o
encontrou mais. Foi quando a família começou a divulgar fotos de
Marcelo, na esperança de que ele fosse encontrado.
A mobilização nas redes sociais se manteve durante todo o dia de
ontem. Segundo a tia do menino, Karol Sá, a Polícia foi acionada e
chegou a fazer buscas em hospitais e nas proximidades. “Quando fui
procurar algumas páginas (no Facebook) para ajudar na divulgação das
imagens, recebi a foto dele sem vida. Liguei para o pai dele, que
confirmou que o corpo foi encontrado”, disse Karol.
A Secretaria
da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) divulgou em nota que o caso
está sendo investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP).
Menino alegre e esperto
Aluno do
1º ano do ensino fundamental, Marcelo era considerado pela professora
Eliana um menino “alegre, ativo e esperto”. Ele estudava na Escola
Municipal Infantil João Hildo de Carvalho Furtado, no período da manhã.
Entrou na escola em agosto deste ano após se mudar com a família para o
bairro Aracapé.
O caminho de ida e volta da escola era feito com a
irmã de nove anos e o melhor amigo, da mesma idade. Para a professora,
Marcelo era avançado na leitura e na escrita, em relação aos outros
alunos. Gostava de ir à escola para brincar e para se alimentar, como é a
realidade de muitas crianças.
Há pelo menos uma semana, Marcelo
avisou aos professores que sairia da escola, pois viajaria para o
Interior, onde iria morar com o pai. Em Fortaleza, a criança vivia com a
mãe e a irmã.
“Há uns 15 dias o pai dele esteve na escola e
falou que estava aguardando terminar o ano letivo para que ele viajasse
para o Interior. Hoje (ontem) pela manhã, o pai dele retornou à escola e
disse que a mãe ligou (comunicando o desaparecimento) e que ele veio do
Interior às pressas, pois o menino havia desaparecido”, conta a
professora.
Segundo a tia, Marcelo era tímido com quem não tinha
convívio, mas muito brincalhão. A professora de Marcelo conta o susto
diante da notícia da morte do garoto. “Ainda estou em estado de choque,
porque a gente convive com essas crianças e eu nunca vivenciei essa
situação tão de perto. É muita violência e falta de humanidade”.
O Povo



