A um mês do fim de 2017, o Ceará já tem o maior número de homicídios na
história do Ceará. O balanço de Crimes Violentos Letais Intencionais
(CVLIs) dos meses de janeiro a novembro chegou a 4.681 mortos. Antes
mesmo dos dados do mês de dezembro, 2017 já ultrapassou a marca de 2014,
ano que registrava a estatística mais expressiva de homicídios, com
4.439 casos. Os números foram divulgados pela Secretaria da Segurança
Pública (SSPDS) em coletiva de imprensa, na tarde de ontem.
Entre janeiro e novembro, Fortaleza teve aumento de 95,7% nos CVLIs, O
número passou de 920, nos 11 primeiros meses do ano passado, para 1.800
neste ano. Na Região Metropolitana (RMF), o dado passou de 727 para
1.166 (aumento de 60,4%). Já no Interior Norte, as ocorrências saíram
dos 586 para 797 e, no Interior Sul, de 854 para 918. No período, houve
aumento no Ceará de 51,6%. O número saltou de 3.087 para 4.681.
Considerando apenas os dados de novembro, Fortaleza teve aumento de 89%
(foram 97 casos no ano passado e 184 neste ano). Na RMF, o número dobrou
(passou de 62 a 124). No Interior Norte, foram 53 mortes violentas em
2016 e 76 neste ano (crescimento de 43,4%). O Interior Sul foi o único
que se manteve com 86 mortes em novembro nos dois anos.
Questionado diversas vezes sobre os números críticos, o titular da
SSPDS, André Costa buscou dar ênfase aos números positivos, como da
região Sul, onde não houve aumento. “Já temos regiões em Fortaleza em
que as ações têm sido exitosas. A gente precisou traçar novas formas de
trabalhar, com inteligência, análise criminal de dados”, diz.
O secretário destaca redução de crimes em bairros como Vila Velha, Barra
do Ceará e Pirambu (que integram a AIS 8), além de Henrique Jorge,
Antônio Bezerra e Pici (que estão na AIS 6). A redução se deve, conforme
André Costa, à operação Satélite, que analisa as estatísticas dos
crimes e define estratégia de ação ostensiva nos principais locais e
horários em que acontecem as ações criminosas. A intenção é expandir a
operação para outros bairros.
Latrocínios
Os homicídios aumentaram, mas o delegado André Costa ressalta ainda que
os casos de latrocínio não acompanharam as estatísticas de crescimento
(roubo seguidos de morte), uma vez que o aumento foi de 2,9%.
O secretário da Segurança destaca que o patrulhamento ostensivo
realizado por policiais mudou a maneira como os homicídios são
praticados. “Os números de homicídios nas ruas têm reduzido e os números
de achados de cadáveres têm aumentado. O mês que teve mais achados de
cadáveres deste ano foi em novembro”, destacou.
André Costa explica que, para praticar estes homicídios, é necessário o
arrebatamento da vítima. Além disso, estes crimes são praticados em
locais fechados, não em via pública. Segundo ele, o órgão está traçando
estratégias para impedir estas mortes.
(O Povo- Repórter Jéssika Sisnando/Foto – Futurapress)


