Arquirrivais na guerra pelo comando do tráfico na Rocinha, o traficante
Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, vai ser transferido para a
Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, mesma unidade onde se
encontra preso o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem. A decisão de
transferir o criminoso foi tomada nesta semana pela 20ª Vara Criminal do
Rio de Janeiro.
Rogério 157 era o bandido mais procurados do Rio de Janeiro, com recompensa estipulada em R$ 50 mil. Ele foi preso em dezembro na comunidade do Arará, na Zona Norte do Rio,
após quase três meses de intensas buscas pelo seu paradeiro. Atualmente
ele está na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, unidade
de segurança máxima no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
Ainda não há data prevista para ele ser transferido.
Antes parceiros de crime, Rogério e Nem se tornaram rivais
e foram os pivôs da guerra que o Rio viu surgir na Rocinha em setembro
do ano passado, durante o primeiro final de semana do Rock in Rio. A
batalha sangrenta entre os grupos de cada um levou à realização de
operações de segurança quase diárias, com o reforço das forças militares
de segurança.
Nem
e Rogério tiveram trajetórias semelhantes no mundo do crime. Ambos
começaram a atuar no tráfico como segurança pessoal do líder do tráfico
na Rocinha. Nem foi guarda-costas de Lulu da Rocinha, que conheceu em
2000. Após a morte de Lulu e de seu sucessor, Bem-Ti-Vi, Nem assumiu o
comando em 2007. Rogério virou seu guarda-costas.
Mas, para chegar ao topo dessa hierarquia, Rogério 157 passou de braço direito a principal desafeto do ex-chefe.
Briga pelo poder
Mesmo preso desde 2011, Nem comandava o tráfico na região passando
ordens para seu grupo. Rogério assumiu o comando em 2012 com a missão de
ser o representante de Nem na Rocinha. Porém, em 2014, Rogério rompeu o
acordo com Nem e passou a extorquir os moradores.
Segundo as investigações, Rogério 157 dividia a liderança do tráfico
com Alberto Sant'anna, o Cachorrão, preso em novembro. Ele seria o
cérebro da organização criminosa, enquanto Rogério era o braço armado do
grupo.
G1