2017 foi um ano de muito esforço para Marília Oliveira. Com uma 
rotina puxada, a estudante de 18 anos acordava por volta das 4h30, ainda
 pela madrugada, para ir ao colégio Tiradentes onde estudava, em 
Fortaleza. O percurso de casa para a escola era realizado de transporte 
público.
As aula iam das 7h20 até as 12h20 e, ao chegar em casa, ela dedicava 
cerca de sete horas para revisar o conteúdo visto pela manhã. Aliado a 
essa “maratona”, inúmeras redações eram feitas durante a semana.
Em 2018, o esforço foi recompensado. A cearense está entre os 53 
candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 que tiraram 
nota máxima na prova de redação. O número corresponde a 0,001% do total 
de candidatos que realizaram o exame no último mês de novembro.
Segundo Marília, o seu desempenho se deve aos seus exercícios e a compreensão da estrutura de texto que o Enem exigia.
“Muitas pessoas acham que redação é só escrever. Eu tive acesso a 
aulas teóricas de redação. Estudei a estrutura textual da redação do 
Enem, elementos de coesão e de coerência”, explicou Marília sobre o 
processo de preparação pra a prova.
As informações que adquiria ao acompanhar as notícias e reportagens 
sobre os acontecimentos no Brasil e no Mundo eram relacionadas em suas 
redações. “Chegava mais cedo na minha escola para fazer redação e 
entregava muitas redações. Fazia uma média de cinco por semana”, frisa.
Mas, para conseguir atingir a nota máxima na prova do Enem, foi 
necessário também de outras táticas que otimizam o seu desempenho 
durante a produção textual. Marília cita duas estratégias essenciais que
 ajudaram o seu tempo e contribuíram para organizar as informações 
referentes a proposta de redação.
A primeira é escrever ideias que estejam relacionadas ao tema da 
redação. De acordo com a estudante, é uma forma de incentivar o seu 
cérebro a construir a “linha de raciocínio” do texto.
“Trata-se de uma lista de todas as ideias das coisas que você sabe 
que estão relacionadas, mesmo que não as utilizam”, explica. O segundo 
passo é fazer o projeto de texto. De acordo com Marília, essa estratégia
 é uma forma de pensar quais informações irão ficar na introdução, no 
desenvolvimento e na conclusão.
“É muito mais fácil porque eu já crio o meu texto. Já tenho a ideia. 
Melhor do que sair escrevendo sem um planejamento”, sugere. Entretanto, 
Marília alerta que as dicas não serão suficientes se o aluno não 
compreender o modelo de um texto dissertativo-argumentativo. De acordo 
com ela, a prova exige do candidato uma opinião a partir dos dados 
fornecidos na proposta.
“Muitas pessoas usam no texto primeira pessoa, como “Eu acho” ou “eu 
penso”. Não é recomendável. O ideal é o uso da terceira pessoa. O Enem 
disponibiliza cartilhas que dão muitas dicas. É importante saber o que a
 prova exige de você”, ressalta.
Após o resultado do Sistema da Unificação Simplificada (Sisu), 
Marília Oliveira ficou na lista de espera do curso de Direito da 
Universidade Federal do Ceará (UFC). De acordo com programação do Sisu, a
 convocação dos candidatos pelas instituições vai acontecer a partir do 
dia 9 de fevereiro deste ano. Mas, apesar de ainda não saber o 
resultado, a estudante fica feliz pela conquista e agradece o apoio de 
professores, amigos e familiares durante o seu preparo. “Esse apoio faz 
muita diferença”, ressalta.
Tribuna do Ceará 
 

 
 
 



 
 
