O novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, decidiu trocar o
comando da Polícia Federal (PF), que foi transferida do Ministério da
Justiça para a nova Pasta. Fernando Segovia será substituído pelo
delegado Rogério Galloro.
Ele era o preferido do ministro da Justiça, Torquato Jardim, para
assumir a PF no momento em que Segovia foi nomeado, em novembro. Em
troca, Torquato o escolheu para comandar a Secretaria Nacional de
Justiça.
A demissão ocorre após Segovia ter causado polêmica ao declarar, para a
agência Reuters, que o inquérito que investiga o presidente Michel Temer
poderia ser arquivado e que o delegado responsável pelo caso poderia
ser punido.
Além do comentário sobre o resultado do inquérito, Segovia também fez
ressalvas ao trabalho do delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelas
50 perguntas feitas ao presidente.
Perfil
Já o novo diretor da PF ocupou inúmeras chefias da PF e por cinco anos
foi professor da Academia Nacional de Polícia. Galloro foi também o
representante da Polícia Federal junto a ICAO (Organização de Aviação
Civil Internacional) em Montreal e coordenou o projeto do Novo
Passaporte Brasileiro em 2006.
Galloro começou sua carreira na PF como delegado em 1995 e atuou em
unidades de repressão à drogas, à crimes fazendários e de inteligência
policial.
Posse
Em seu discurso de posse no cargo, Jungmann criticou a classe média que
pede segurança, mas, ao mesmo tempo, consome as drogas ilícitas que
financiam o crime organizado. Ele também defendeu um papel maior do
governo federal na segurança, cuja responsabilidade hoje recai
principalmente sobre os estados.
O Ministério de Segurança Pública vai coordenar a integração de todos os
serviços de segurança pública em todo o território nacional, assumindo a
maior parte das ações federais em segurança. Passam a ser vinculados ao
novo ministério a PF, Polícia Rodoviária Federal e o Departamento
Penitenciário Nacional.
Diário do Nordeste



