O
segundo sargento do Exército Bruno Albuquerque Cazuca, de 35 anos, cuja
mulher está grávida do terceiro filho do casal, foi baleado e morto na
manhã desta terça-feira, durante um arrastão em Campo Grande, na Zona
Oeste do Rio. Ele dirigia um Kia Picanto cinza pela antiga Estrada
Rio-São Paulo quando foi abordado por um grupo de bandidos armados com
pistolas.
De acordo com o 40º BPM (Campo Grande), os ladrões
assaltaram outros três motoristas no local. No carro de Bruno, os PMs
encontraram uma farda. A polícia investiga se os criminosos executaram o
sargento após ver o uniforme ou se o militar reagiu à abordagem.
Um vídeo feito por uma câmera de segurança mostra o momento em que o militar foi morto.
O
crime ocorreu por volta das 5h. Uma das vítimas do arrastão contou que
pelo menos oito homens armados com pistolas, divididos em dois carros,
fecharam as pistas e abordaram as vítimas.
O sargento entrou em luta
corporal com um dos bandidos. O criminoso, então, atirou contra Bruno,
que em seguida foi atingido por outros comparsas. Ainda segundo essa
testemunha, enquanto disparavam, os bandidos gritavam: "A gente mata
mesmo. Se reagir a gente mata".
O local foi isolado para a realização da perícia. Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) foram acionados para o local.
Viúva de militar está grávida
Thales
Nogueira de Aragão, de 59 anos, tio do sargento morto, contou que a
vítima morava em Campo Grande e servia no Centro de Instrução de
Operações Especiais. Ainda segundo ele, a mulher dele está grávida do
terceiro filho do casal. Thales descreveu Bruno como um rapaz alegre e
trabalhador que sonhava galgar postos mais altos na corporação.
—
O momento que a gente vive é de indignação e completa revolta. Ele era
um garoto trabalhador, um guerreiro. Pai de família e filho exemplar. A
gente não sabe aonde vai parar isso (a violência). Tomara que a
intervenção (na segurança do Rio) tenha resultados positivos para a
gente.
'É a sexta vez que passo por isso', desabafa vítima
Um
motorista, que se identificou apenas como Renato, vinha logo à frente
do carro do sargento, dirigindo uma caminhonete. Ele contou que viu
quando o militar foi baleado após brigar com o bandido.
— É a
sexta vez que passo por isso. Está difícil viver aqui. Esses políticos
incompetentes só prometem e não fazem nada. Dá vontade de ir embora —
lamentou Renato, acrescentando que, além do veículo, os bandidos levaram
também seu celular, documentos pessoais e do trabalho.
Um
motorista de Uber também teve o carro levado pelo bando. Segundo o rapaz
de 28 anos, o sinal do GPS do veículo apontava que o automóvel teria
sido levado para a Vila Kennedy.
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