O ex-governador do Ceará e pré-candidato à presidência da República pelo
PDT, Ciro Gomes, elogiou a decisão do Supremo Tribunal Federal de
impedir a prisão do ex-presidente Lula. "Acho que o STF andou em bom
direito", disse, referindo-se à sessão de quinta-feira passada, que
aceitou o habeas corpus de Lula como recurso legítimo e concedeu uma
liminar que impede sua prisão até o HC seja julgado.
Falando como "professor de Direito", como frisou, Ciro disse ainda que a
execução da pena ainda sub judice é uma coisa estranha do ponto de
vista do Direito; "O que não é o caso da Lei da Ficha Limpa, que é uma
aberração, mas não tem transgressão nenhuma".
Sobre a disputa presidencial, o pré-candidato disse não acreditar em um
acordo entre os partidos de esquerda para apoiar uma candidatura no
primeiro turno. De acordo com o pedetista, a ideia do PT de apoiar a
candidatura do ex-presidente Lula até o último instante e de buscar um
plano B impede um acordo.
O presidenciável afirmou que pesquisas já começam a ser simulados sem o
nome de Lula, com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) na
liderança, empate técnico entre o ex-governador e a ex-senadora Marina
Silva (Rede-AC) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com
dificuldades para decolar.
"Na minha análise, o Lula me sombreia, mas ele começa a ser simulado
fora. E a população vai procurar. Nós já estamos pesquisando o que faz o
eleitor indeciso. Estamos tentando entender isso cada uma para o seu
lado", afirmou Ciro ao Estadão. "A probabilidade é que este ajuste com o
PT só se dará no segundo turno por uma questão de hegemonias. Alguns
ali preferem perder para a direita", disse.
Ao comentar sobre a possível candidatura do ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, Ciro afirmou que o titular da pasta "está fugindo do
fato de que quebraram o país, mentiram grosseiramente para a população
de que tinham revertido o quadro, e o quadro está se deteriorando
pesadamente". "É melhor sair porque provavelmente alguma agência de
risco vai rebaixar de novo o Brasil. A situação é deplorável".
Brasil 247/Ceará