Uma operação policial na Rocinha, Zona Sul do Rio, deixa moradores
apreensivos desde o começo da manhã deste sábado (24). O intenso
tiroteio, que teve início por volta das 5h30, deixou ao menos sete
mortos. Segundo a polícia, as vítimas tinham envolvimento com o tráfico
de drogas.
De acordo com a Polícia Militar, a operação é realizada pelo Batalhão
de Choque,mas conta com o apoio de várias unidades, incluindo o 23º BPM
(Leblon).
A corporação informou que os policiais entraram em confronto com
criminosos em pelo menos dois pontos da comunidade: na Rua 2 e na
localidade conhecida como Roupa Suja.
Em nota, a PM informou que "após cessar a situação, seis criminosos
feridos foram encontrados e socorridos ao Hospital Municipal Miguel
Couto e com eles foram apreendidos um fuzil, seis pistolas e duas
granadas".
Já a Secretaria Municipal de Saúde informou que sete pessoas vítimas de
disparos de arma de fogo deram entrada no Miguel Couto nesta manhã. As
sete não resistiram e vieram óbito.
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio emitiu alerta em suas redes
sociais informando que, por conta da operação policial, a Autoestrada
Lagoa-Barra pode ter bloqueios no trânsito a qualquer momento. Por isso,
a orientação aos motoristas é que evitem circular pela via e procurem
rotas alternativas.
Parentes das vítimas começaram a chegar no Hospital Miguel Couto por
volta das 11h. Exaltados, não quiseram gravar entrevistas.
O pai de Matheus da Silva Duarte de Oliveira, de 19 anos, contou que o
filho foi baleado nas costas. Ele afirmou que o rapaz não tinha
envolvimento com a criminalidade e que participava de um baile funk na
localidade conhecida como Roupa Suja quando os policiais militares
chegaram no local, por volta das 5h50.
“Mataram meu filho. Tinha 19 anos, sou trabalhador, sou cobrador de
van. Eles já chegaram esculachando morador, dando tapa na cara. Mataram
meu filho com um tiro nas costas”, disse o pai, que não se identificou,
acrescentando que o filho estava procurando emprego e que ele sempre
dava dinheiro para o filho.
Na quarta-feira (21), outro confronto na Rocinha deixou um policial militar e um morador da comunidade mortos durante troca de tiros.
As vítimas foram o soldado Filipe Santos Mesquita e o ambulante Antônio
Ferreira da Silva, de 70 anos, conhecido como Marechal.
Segundo informações preliminares, Marechal teria tentado proteger o PM,
após este ter sido baleado, e ainda devolveu o fuzil do policial aos
outros militares.
“Recebemos essa informação. Há uma possibilidade de isso ter ocorrido,
mas ainda precisamos fazer novas diligências e avançar com a
investigação para podermos confirmar que isso foi de fato o que
aconteceu”, disse o delegado da Divisão de Homicídios, Breno Carnevale.
G1




