Na próxima quarta-feira, 7 de março, começa o prazo de 30 dias para os
políticos com mandatos legislativos, na Câmara dos Deputados e
Assembleias Legislativas, trocarem de partidos, sob a proteção da lei. É
o momento da farra dos trânsfugas e poucos outros, com razões
justificáveis, conciliarem seus interesses na busca de uma disputa à
reeleição menos tortuosa.
Neste ano, a "janela", como denominam os políticos o espaço para
mudanças de filiações, apresenta um ingrediente novo: a compra e venda
do passe de um atual ou provável deputado federal com os recursos
públicos do Fundo da Eleição, administrado pelas direções nacionais das
agremiações.
O noticiário político nacional tem registrado que dirigentes dos
partidos com maior representação na Câmara Federal estão prometendo, ou
sendo pressionados, a liberarem recursos de até R$ 2,5 milhões, o teto
de gastos estabelecido para uma campanha de deputado federal, para
garantir a permanência daquele filiado com boas perspectivas de
reeleição na sigla, assim como para outros pretensos candidatos à vaga
na Câmara Federal, tudo por conta das mudanças introduzidas na
legislação eleitoral e partidária.
Pela nova ordem, as agremiações, para terem funcionamento normal no
Parlamento e direitos a Fundo Partidário e horário de propaganda
partidária, precisarão eleger um mínimo de nove deputados. Quanto mais
deputados federais, mais benefícios o partido terá.
Diário do Nordeste