No mesmo dia em que tomou posse o novo diretor da Polícia Federal, foi
autorizada a inclusão do presidente Michel Temer (MDB) em mais um
inquérito. É a segunda em andamento. E há duas denúncias apresentadas
pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra ele, suspensas por
decisão da Câmara dos Deputados até que ele deixe o cargo.
O presidente acaba de trocar o diretor-geral da Polícia Federal que irá
investigá-lo em mais um caso. Além dele, há dois poderosos ministros,
Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), alvos
do mesmo inquérito. O antecessor de Rogério Galloro na PF, Fernando
Segovia, caiu porque deu indicações de que o outro inquérito contra
Temer seria arquivado.
A denúncia é divisora de águas para o governo Temer, para a Procuradoria Geral da República e para a Polícia Federal.
No plano político, o governo se via livre da necessidade de correr atrás
de votos dos parlamentares e planejava inverter a relação. Cobrar
fidelidade canina em troca de cargos e verbas. Enquanto isso, Temer
apostava na melhora da economia para sonhar com uma candidatura à
reeleição. Tudo isso ruiu ou ficou seriamente abalado.
A perspectiva de candidatura já era remota e sofreu mais um golpe. O
inquérito sobre o favorecimento a empresa com mudança em regras no setor
portuário tinha sinais de estar sendo enviado ao arquivo, conforme
disse Segovia. Um presidente impopular ir para uma campanha de reeleição
com a Polícia Federal o investigando não é algo que se possa chamar de
confortável. Talvez nem viável.
Blog do Eliomar