Em janeiro, o Brasil criou 77.822 mil novos postos formais de
trabalho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), divulgado hoje (2) pelo Ministério do Trabalho. O resultado é o
melhor para o período desde 2012, e é a primeira vez desde 2014 que as
contratações superam as demissões. O saldo é resultado de 1,3 milhão de
admissões e 1,2 milhão de desligamentos.
Considerados os últimos
12 meses, de fevereiro de 2017 a janeiro foram criadas 83,5 mil postos
com carteira de trabalho. A última divulgação, que trouxe o saldo de
2017, mostrou que o Brasil fechou o ano passado com resultado negativo,
foram fechadas 20,8 mil vagas de trabalho.
Segundo
a publicação, o salário médio daqueles que foram desligados no mês,
descontada a inflação, foi R$ 1.636,41. Já o salário médio daqueles que
foram admitidos foi menor, R$ 1.535,51.
Setores e estados
Segundo
o levantamento, em janeiro, a indústria de transformação liderou a
geração de empregos, com 49,5 mil novos postos de trabalho. O setor é
seguido pelos serviços, que registraram 46,5 mil novos postos.
No
setor de agropecuária foram criados 15,6 mil postos; na construção
civil, aproximadamente 15 mil, e, em serviços industriais de utilidade
pública, 1,1 mil postos de trabalho.
Na outra ponta, o comércio
registrou o maior fechamento de postos, foram 48,7 mil a menos no mês.
Na administração pública foram fechadas 802 vagas e, em extrativa
mineral, 351.
Nos estados, São Paulo liderou as contratações, com
mais de 20,3 mil novos postos. O estado é seguido pelo Rio Grande do
Sul (17,8 mil), Santa Catarina (17,3 mil) e Paraná (11,6 mil).
O
Rio de Janeiro foi o estado com mais fechamento de postos de trabalho,
com a demissão de 98,4 mil pessoas e contratação de 88,6 mil, terminando
o mês com 9,8 mil postos fechados.
Trabalhos intermitentes e parcial
Segundo
o Caged, em janeiro, foram feitas 2.860 admissões para trabalho
intermitente e 4.982 para trabalho parcial, modalidades que entraram em
vigor com a reforma trabalhista. O maior número de contratos
intermitentes foi firmado no comércio (1.003), seguido por serviços
(879). Já para trabalho parcial, o maior número de contratações foi para
prestação de serviços, com 3.230. O setor de comércio aparece com
1.096.
No trabalho intermitente, o empregado recebe por período
trabalhado - em horas ou diária. Tem direito a férias, FGTS, previdência
e décimo terceiro salário proporcionais. No contrato, deverá estar
definido o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao
salário mínimo por hora ou à remuneração dos demais empregados que
exerçam a mesma função. O empregado deverá ser convocado com, no mínimo,
três dias corridos de antecedência. No período de inatividade, pode
prestar serviços a outros contratantes.
No trabalho parcial, a
jornada poderá durar até 30 horas semanais, sem possibilidade de horas
extras semanais ou de 26 horas semanais ou menos, com até 6 horas
extras, pagas com acréscimo de 50%. Um terço do período de férias pode
ser pago em dinheiro.
Dentre as pessoas admitidas para trabalhos
parciais, a maioria é mulher (2,9 mil), jovem (2,5 mil) e tem até o
segundo grau completo (2,7 mil).
Desligamentos de comum acordo
No
mês passado, foram feitos 9.356 desligamentos de comum acordo,
modalidade que também entrou em vigor com a reforma trabalhista. Esses
desligamentos foram informados por 7,2 mil estabelecimentos. A maioria
das pessoas desligadas é do setor de serviços, 4,4 mil.
Com a
nova legislação, o contrato de trabalho pode ser encerrado de comum
acordo entre patrão e empregado, com pagamento de metade do aviso-prévio
e metade da multa de 40% sobre o saldo do FGTS. O empregado poderá
ainda movimentar até 80% do valor depositado pela empresa na conta do
FGTS, mas não terá direito ao seguro-desemprego.
Agência Brasil