Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Delegacia
Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) apreenderam na
tarde desta quinta-feira, na Rodovia Presidente Dutra, 19 fuzis, 41
pistolas, além de carregadores e grande quantidade de drogas.
O arsenal
estava em um Renault/ Logan, de cor branca que tinha placas oficiais
falsas com os logotipos do Exército Brasileiro. Embora a identificação
fosse falsa, o veiculo era conduzido pelo sargento do Exército Renato
Borges Maciel, de 40 anos, lotado em Foz do Iguaçu, no Paraná.
O sargento estava vestido com fardamento completo do Exército e
tentou escapar da fiscalização dizendo que estaria a serviço, e que iria
pegar um Comandante do Exército, mas os agentes da Polícia Civil e da
PRF desconfiaram da desculpa e realizaram uma vistoria minuciosa no
veículo, encontrando 17 FUZIS AR-15, calibre 5.56, 2 FUZIS AK-47,
calibre 7.62 , 41 PISTOLAS GLOCK, diversos calibres, 82 carregadores de
pistola, 39 carregadores de fuzil, além de 54 tabletes de pasta base de
cocaína e grande quantidade de munições. Todo o material está avaliado
em cerca de R$ 3 milhões.
Em outubro de 2017, um levantamento feito pelo GLOBO mostrava que o
Rio é o estado brasileiro onde mais circulam, no mercado clandestino,
armas de guerra no país. O estado ainda registrou um aumento de 75% no
número de fuzis recolhidos pelos policiais com o crime organizado entre
janeiro e agosto de 2017, em comparação com o mesmo período de 2016.
Segundo estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP), 347 fuzis
foram apreendidos, 264 apenas na capital.
Em 2016, nos primeiros oito
meses, o total de fuzis recolhido com os traficantes foi de 198, sendo
que 136 encontrados na capital.
No ano passado, o presidente Michel Temer sancionou um projeto que
torna crime hediondo o porte e posse ilegal de armas de fogo de uso
exclusivo das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), como
fuzis. Meses antes, 60
fuzis foram apreendidos no Aeroporto Internacional do Rio.
Foi a maior
apreensão já realizada no estado e uma das maiores do país. A carga
era composta por fuzis modelo AK-47, AR-10 e G-3, uma das mais
sofisticadas armas usadas em conflitos armados. Os policiais também
apreenderam sete caixas com munição 7,62, usada nos fuzis AR-10, AK-47 e
G-3, num total de 140 projéteis.
O grupo teria um lucro de mais de R$
3,5 milhões com a venda das armas. O preço pago em cada arma variou
entre 1,8 mil e 2,5 mil dólares. No Rio, cada uma poderia ser vendida
por até R$ 70 mil.
A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Civil tem realizado diversos
trabalhos conjuntos reprimindo o tráfico de armas e munições para o Rio
de Janeiro, produzindo expressivos resultados nos últimos meses. ções
conjuntas entre a DESARME e a PRF evitaram que milhares de munições e
centenas de armas de fogo chegassem às mãos dos criminosos cariocas no
último ano. Há menos de uma semana a DESARME e a PRF 10 mil munições
foram apreendidas.
Agência O Globo