O ex-coordenador do sistema prisional no Ceará suspeito de participação em um esquema criminoso que fornece armas para presidiários foi solto nesta quarta-feira (18), dois dias após a operação que revelou a organização.
O coordenador havia sido preso em flagrante por porte ilegal de arma de
fogo. Por conta da operação, o ex-coordenador foi afastado do cargo por
determinação da Justiça. Ele pagou fiança de um salário mínimo após
audiência de custódia na manhã desta quarta.
O afastamento é de 60 dias. Nesse período, o Ministério Público vai
investigar indícios da atuação do grupo; caso confirmado, o MP deve
pedir a prisão dos servidores do estado envolvidos no crime.
A operação Masmorras Abertas, realizada na segunda-feira, resultou no
afastamento de sete servidores dos presídios cearenses suspeitos de
atuar no esquema criminosa.
Os servidores afastados são agentes penitenciários e diretores de
unidades prisionais. Dois deles foram presos em flagrante por porte
ilegal de arma de fogo. As armas foram apreendidas na residência dos
suspeitos, quando promotores e policiais cumpriam mandados de busca e
apreensão.
Os responsáveis também recebiam dinheiro de presos para mudar os internos de celas, conforme a vontade dos presos.
Em nota, a Secretaria da Justiça do Ceará afirmou que é a "principal
interessada" no caso e diz que cumpriu a determinação judicial de
afastamento de sete agentes penitenciários suspeitos de atuação na
organização criminosa.
A operação realizada nesta segunda-feira leva o nome de Masmorras
Abertas, em referência ao "fácil acesso" de presos aos celulares, o que
lhes permite comunicação com "parceiros do crime e agentes
penitenciários".
Os celulares inclusive eram vendidos entre os presos. Um telefone do
modelo iPhone valia até R$ 1.000. Os valores eram depositados na conta
do vendedor por familiares do preso que comprava o aparelho, conforme o
Ministério Público.
G1/CE