Com o início da operação do hub da Air France-KLM/Gol no aeroporto de
Fortaleza, a estimativa é que o turismo internacional para o Ceará seja
fortalecido. O cenário é de expansão diante de um número ainda
concentrado no turismo doméstico, que respondeu por 89% dos visitantes à
Cidade em 2016. Os dados são do Anuário Estatístico do Ceará 2017,
divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
(Ipece).
Do total de 1.788.887 de hóspedes registrados em
Fortaleza, em 2016, 89% são brasileiros, principalmente das regiões
Sudeste (39,10%) e Nordeste (36,8%). O turismo internacional respondeu
por apenas 11% dos visitantes, advindos de países como Itália, França,
Argentina, Portugal e Alemanha.
Das
motivações da viagem, 70,63% vieram a lazer, 16,37% a negócios e 9,30%
para convenções e eventos. Entre os meios de deslocamento, 84,30% foram
transportados de avião, 9,30% de automóvel, 5,26% de ônibus. Homens
(56,73%) dominam as visitas e a faixa etária preponderante foi de 35 a
50 anos (38,97%).
Régis Medeiros, secretário do Turismo Municipal
(Setfor), destaca que muitas portas se abriram para o turismo
internacional na Capital. Ele destaca que o hub aéreo deve aumentar
expressivamente o fluxo internacional para a Cidade, percentual que já
representou 20% dos visitantes em Fortaleza.
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O
presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no
Ceará (ABIH), Manoel Linhares, acrescenta que o turismo no Estado se
divide em antes e depois do hub. “Nós vamos ter 46 voos semanais para o
Exterior. Depois de Rio de Janeiro e São Paulo, só o Ceará que tem esse
número de voos internacionais”, avalia ele, que esteve ontem no 60º
Congresso Nacional de Hotéis (Conotel), junto com a feira Equipotel
Regional - os primeiros realizados no Ceará -, que reuniram empresários
hoteleiros, políticos e aproximadamente 4 mil pessoas entre
congressistas e visitantes.
Os dados do Anuário revelam ainda que
em 2016 a taxa média de ocupação nos meios de hospedagem em Fortaleza
foi de 69,6%. A oferta hoteleira total foi de 29.605 leitos, sendo
74,31% em hotéis, 14,24% pousadas, 9,84% flats ou apart hotel e 1,58%
albergues. Ao todo, havia 235 estabelecimentos na Capital.
A
ociosidade de 30% na oferta demonstra que há estrutura para receber o
aumento do fluxo turístico esperado para Fortaleza, explica Régis. Além
do hub aéreo, projetos como a reforma da Beira-Mar, a concessão do
espigão da João Cordeiro, a construção da roda-gigante irão atrair mais
investimentos.
“Devemos ter aumento sim no fluxo turístico e isso
vai aquecer o ânimo dos investidores em construir mais hotéis”, diz
Régis. Conforme O POVO publicou em 28 de abril, o Ceará vai receber
quatro unidades da bandeira Ibis, que começam em 2020 a operar em
Fortaleza, Maracanaú, Caucaia e Juazeiro do Norte. Os empreendimentos
devem somar 600 quartos e 110 empregos diretos.
De acordo com o
diretor geral do Ipece, Flávio Ataliba, o Anuário Estatístico é
relevante para entender o comportamento de vários setores da atividade
econômica do Estado. “Talvez essa seja a publicação mais importante,
porque reúne informações administrativas de várias secretarias onde
coletamos informações”. O Anuário faz o levantamento completo,
especialmente dento do âmbito do setor público, destaca o diretor. “Nós
compilamos as informações, o que permite cruzar os dados e ter um
cenário mais profundo de análise”.
A publicação contempla dados
estatísticos que permitem a análise dos aspectos socioeconômicos e
geográficos do Ceará e de seus 184 municípios. A nova edição agrupa
dados referentes a território, aspectos demográficos, qualidade de vida,
infraestrutura, aspectos econômicos e finanças públicas.
O POVO