Em conversa privada, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal)
Celso de Mello e Gilmar Mendes reclamaram da greve dos caminhoneiros que
paralisa as estradas do país há quatro dias.
Durante a sessão desta quinta-feira (24), enquanto votavam para
reconduzir Rosa Weber ao segundo biênio no TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), Celso e Gilmar conversaram em tom de voz baixo.
No entanto, os microfones estavam ligados e parte do diálogo foi transmitida.
"Que crise hein? Guiomar está na rua agora, está impossível...", disse Gilmar, em referência à sua mulher, Guiomar Mendes.
"É um absurdo, quer dizer, faz-nos reféns. Tudo bem que possam até ter
razão aqui ou ali, mas é um absurdo", interrompe Celso de Mello, o mais
antigo da corte.
"Minha filha está vindo de São Paulo", continua Celso.
O áudio então é cortado.
Os caminhoneiros fazem bloqueios em rodovias federais em 22 estados e no
Distrito Federalpara protestar contra o custo do diesel. O preço do
petróleo subiu e a Petrobras repassa as flutuações nas cotações
internacionais às refinarias.
Nesta quarta-feira, Pedro Parente, presidente da Petrobras, disse que reduziria o preço do diesel em 10% por 15 dias.
Nesta quinta, representantes da Abcam (Associação Brasileira de
Caminhoneiros) e de outros grupos de grevistas se reuniram com o
governo, mas o encontro não resultou no fim das manifestações.
A Abcam, que representa 700 mil caminhoneiros, quer continuar com a
manifestação até a isenção de impostos se transformar em lei. Outros
representantes do setor, porém, discordaram e aceitaram parar com as
manifestações.
Folhapress