A taxa composta de subutilização da força de trabalho no Ceará avançou
de 29,3% no quarto trimestre de 2017 para 30,6% no primeiro trimestre
deste ano, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, divulgados na manhã de
ontem (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O
resultado equivale a dizer que faltava trabalho para 1,39 milhão de
pessoas no Estado no primeiro trimestre do ano. Em igual trimestre de
2017, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 30%. O dado
absoluto é o terceiro maior do Nordeste, atrás apenas de Pernambuco
(1,57 milhão) e Bahia, com mais de 3 milhões de pessoas.
A taxa composta de subutilização da força do trabalho inclui as pessoas
desocupadas, as subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e
aquelas dentro da força de trabalho potencial. Adriana Beringuy,
coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, explica quais as pessoas
que se encaixam em cada conceito.
Leia ainda:
“Os desocupados são aquele que não estão trabalhando, mas estão a
procura de uma oportunidade, buscando reverter sua situação frente ao
mercado de trabalho. As subocupadas são aquelas que trabalham até 40
horas por semana, mas gostariam e têm disponibilidade para ter uma
jornada maior. Já aquelas dentro da força de trabalho potencial são as
que não estão trabalhando, mas buscaram uma oportunidade e não tiveram
disponibilidade para assumir o cargo no período ou que não fizeram uma
busca efetiva por trabalho, mas gostariam de ter um emprego e estavam
com disponibilidade”, aponta Adriana.
A taxa de desocupação do Estado no primeiro trimestre deste ano atingiu
o patamar de 12,8% da população com idade para trabalhar. O percentual
ficou acima da média do Brasil (11,8% ou 27,7 milhões de pessoas), mas
foi menor que a taxa registrada no Nordeste (15,9%).
Além disso, o percentual verificado no Estado é o equivalente a 522 mil
cearenses que estão na fila do desemprego. Segundo o IBGE, o número
cresceu 15,7% entre o último trimestre do ano passado e o primeiro de
2018, uma diferença de 71 mil pessoas a mais sem emprego.
Considerando o número absoluto, o Ceará detém o terceiro maior
quantitativo de pessoas desocupadas em toda a região Nordeste, atrás
apenas da Bahia, que tinha 1,28 milhão de desocupados no primeiro
trimestre deste ano, e de Pernambuco (746 mil desocupados). Em seguida,
estão os estados do Maranhão, com 418 mil desocupados, Rio Grande do
Norte (227 mil); Alagoas (204 mil); Paraíba (201 mil); Piauí (182 mil) e
Sergipe, com 178 mil. O indicador vinha registrando uma sequência de
declínios desde o segundo trimestre de 2017, mas voltou subir na início
de 2018.
O maior patamar de desocupação registrado no Estado na série histórica,
iniciada em 2012, foi no primeiro trimestre de 2017, quando alcançou
14,3%. No primeiro trimestre de 2012, o índice era de apenas 7,2% da
população.
Fortaleza e RMF
A parcela da população desocupada na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF) está em 13,3%, atingindo 266 mil pessoas. Somente na Capital
cearense, esse número é de 172 mil pessoas com idade para trabalhar,
representando 12,2% do total da população da cidade.
Diário do Nordeste