Lei proíbe criação de mais de cinco animais domésticos por residência


A lei é antiga mas fiscais ainda se utilizam dela para notificar quem tem mais de cinco animais domésticos. É o máximo permitido por residência, em Fortaleza, de acordo com o artigo 36 da lei municipal 8.966/2005, sancionada pela então prefeita Luizianne Lins.

 Era noite do dia 26 de fevereiro, quando o servidor público Rinaldo Barbosa recebeu a visita de fiscais da Prefeitura de Fortaleza em sua casa, no bairro Amadeu Furtado. Um vizinho o havia denunciado por maus-tratos aos 23 cães que cria. Rinaldo foi autuado pela Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) e corre o risco de perder os animais. Não foram constatados maus-tratos, todavia a criação excede o limite máximo.

Morador da Capital que excedeu o limite estabelecido pela lei municipal, chegou a ouvir que seus 23 cães seriam levados ao Abrigo São Lázaro, conveniado à Prefeitura (Foto: OPOVO.Doc)

“Ficam proibidos a criação, o alojamento e a manutenção de mais de cinco animais, no total, das espécies canina e felina, com idade superior a 90 dias, no perímetro urbano, salvo nas propriedades urbanas que comportem tal manutenção sem prejuízo da qualidade de vida da população, mediante autorização da autoridade sanitária”, diz o texto.

A lei é desconhecida até pela Secretaria Regional III, à qual Rinaldo recorreu para não perder os animais. Aliás, foi consultada pelo menos meia dúzia de órgãos da Prefeitura. Dentre muitas respostas, o tutor dos 23 cães chegou a ouvir que os animais seriam levados ao abrigo São Lázaro, agora conveniado à Prefeitura. 

Rosane Dantas, fundadora do abrigo, negou a informação. “O convênio não prevê isso. A Prefeitura deveria dar um suporte, já que esse criador faz o trabalho do Estado. A gente não vai ficar recebendo animais, até porque o São Lázaro está superlotado”, rebateu. 

Rinaldo alega ter condições suficientes para criar os animais. Não há problemas financeiros ou estruturais para sustentar a criação: há água e comida à vontade, passeios e espaço suficiente para exercícios e locomoção dos animais. Há carinho e vontade de mantê-los. Os próprios representantes da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) teriam atestado isso. Afinal, não houve autuação por maus-tratos. Então, por enquanto, resta aguardar o julgamento de defesa junto ao órgão.


O Povo

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